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Aquecimento global já causa estragos na economia, diz OMC
O aquecimento global já está reduzindo a produtividade, causando disrupção nas cadeias de abastecimento e aumentando os custos do comércio internacional, advertiu nesta segunda-feira a diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Ngozi Okonjo-Iweala.
Ngozi destacou quatro preocupações, a partir de um estudo feito pela entidade global: Primeiro, nenhuma região está imune aos impactos negativos da mudança climática; Segundo, os custos no comércio global aumentarão em todas as regiões devido à mudança climática. Terceiro; haverá efeitos profundos do comércio na agricultura, a menos que medidas sejam tomadas. “Na ausência de medidas de adaptação rápidas e robustas, a agricultura será particularmente afetada (pelo aquecimento global)”, disse. Em quarto lugar, os padrões de vantagem comparativa globalmente serão alterados, o que pode levar a alguns países e algumas regiões a uma maior desvantagem.
Após sinalizar efeitos na produtividade, nas cadeias de abastecimento e no custo das exportações e importações, a diretora-geral da OMC mencionou exemplos da seca na Europa e em partes da China, os baixos níveis de água no Danúbio, no Reno e no Yangtze, o que está perturbando o transporte fluvial de mercadorias, e impactando a geração de eletricidade.
Segundo Ngozi, os impactos climáticos fizeram com que o crescimento da produtividade agrícola no continente africano diminuísse em um terço e poderia causar perdas anuais do PIB de 3,8% até 2060. Destacou que a África será o continente mais afetado pelo aquecimento global, sendo a região de 80% das pessoas do mundo que estão mais em risco.
Para a diretora-geral da OMC, o comércio é parte da solução e não dos problemas climáticos. Estima que o comércio é necessário para compensar os choques negativos na produtividade agrícola, garantindo o acesso a novas tecnologias – variedades de culturas mais resistentes, irrigação e sistemas de armazenamento de água.
A redução dos custos comerciais também poderia reduzir as perdas de bem-estar decorrentes da mudança climática em até 68% nos países de baixa renda, segundo Ngozi.
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