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BC: Redução das reservas internacionais decorre de aperto monetário nos EUA
O chefe do departamento de estatísticas do Banco Central (BC), Fernando Rocha, afirmou nesta segunda-feira que a queda recente das reservas internacionais brasileiras decorre da política monetária dos Estados Unidos, que reduz o preço dos títulos e valoriza o dólar em relação a outras moedas.
O volume de US$ 327,6 bilhões em setembro representa redução de US$ 12,1 bilhões em relação ao mês anterior. “Além das intervenções do BC, podemos ter variação [nas reservas] por preço e por paridade, onde se concentram os maiores valores [para efeito de redução]”, explicou Rocha.
Este é o menor patamar desde março de 2011, quando o país ainda estava em processo de compra de reservas internacionais. O montante chegou a US$ 388,092 bilhões em junho de 2019, maior valor da série histórica calculada desde 1970.
Segundo ele, ao longo do ano o BC vendeu US$ 2 bilhões em termos líquidos. “O estoque de reservas fica investido no exterior, em títulos dos Estados Unidos, da zona do euro, em ienes [Japão], ouro e outros. Quando a gente trata de variação por paridade, a gente informa a carteira em dólares. Quando o dólar aumenta, a gente tem uma perda por paridade. É por isso que essa rubrica na maioria dos meses tem valor negativo. Se somar de janeiro a setembro, temos uma redução de redução de US$ 10,7 bilhões por este motivo”, detalhou.
Além disso, o técnico do BC ressaltou que o dólar está em trajetória de crescimento porque o ritmo de alta de juros nos Estados Unidos está mais rápido.
“A comunicação recente do Fed [Federal Reserve, o BC americano] disse que vai aumentar mais do que o mercado esperava”, destacou.
“O aumento de juros nos Estados Unidos leva a outro efeito, de redução no valor dos títulos. Por isso vemos valores negativos. Entre janeiro e setembro, são US$ 24 bilhões [de variação negativa]. A perda do valor das reservas decorre da política monetária nos EUA que reduz o preço dos papéis e valoriza o dólar em relação a outras moedas”, disse.
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