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Copom mantém taxa de juros Selic em 13,75% ao ano
O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) decidiu manter a Selic, taxa básica de juros brasileira, em 13,75% ao ano, segundo comunicado divulgado na noite desta quarta-feira (26) após o encerramento de sua reunião periódica de dois dias. A resolução foi unânime entre os nove membros do comitê.
“O comitê entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui os anos de 2023 e de 2024”, diz o comunicado. “Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.”
A taxa está no atual patamar desde agosto, quando, ao anunciar um derradeiro aumento de 0,5 ponto percentual na Selic, o Copom sinalizou que estava interrompendo um ciclo de 12 altas que se estendia desde março de 2021. Na reunião de setembro, continuou sem mexer nos juros.
Estratégia do Copom com a Selic
A estratégia do Copom com a Selic é fazer essa pausa para observar os efeitos de tantas elevações consecutivas sobre a atividade econômica. Como a inflação ainda alta parece estar respondendo ao aumento de juros – o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), oficial do país, registrou deflação em julho, agosto e setembro –, a expectativa majoritária do mercado era de que também não haveria mudança na Selic neste mês.
“O comitê se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação”, diz o comunicado. “O comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. Os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e o Copom não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado.”
Os riscos para o arrefecimento da inflação são, na opinião do comitê, a tendência inflacionária internacional, ainda fora de controle; as incertezas a respeito da situação fiscal do país, especialmente quanto à continuidade dos benefícios sociais dados pelo governo recentemente; e o limite, para o crescimento, do PIB (Produto Interno Bruto) potencial. Quando a economia avança mais do que a sua estrutura de produção suporta, a pressão inflacionária cresce. O aumento na criação de empregos observado nos últimos meses pode fazer esse teto ser ultrapassado logo, de acordo com o BC.
Recorde mundial
A manutenção da Selic em 13,75% ao ano com redução da inflação significa que o Brasil continua tendo os maiores juros do mundo em termos reais (descontando a inflação).
Abatendo a inflação projetada para os próximos 12 meses, a taxa de juros real do Brasil é de 7,8% ao ano, a mais elevada entre 40 nações, segundo pesquisa da gestora de investimentos Infinity Asset Management. Em segundo no ranking vem o México, com juros reais de 5,37% ao ano. Depois, a Colômbia, com 5,16% ao ano, e o Chile, com 4,83% ao ano.
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