Brasil estuda linha de crédito para incentivar exportações à Argentina
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O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, afirmou na segunda-feira (1) que o Brasil estuda linhas de crédito para incentivar as exportações para a Argentina, em meio à crise no país vizinho.
“A gente vem discutindo já há algum tempo o que a gente chama de crédito para exportação. É um financiamento para as empresas brasileiras que vendem para a Argentina, que são essas empresas que importam serviços e mercadorias no Brasil. O que a gente vem estudando é como a gente consegue fazer esse crédito de exportação dadas as restrições que existem hoje em balanço de pagamento na Argentina”, disse Galípolo em entrevista à GloboNews.
A declaração do número dois da Fazenda foi dada na véspera da visita do presidente argentino, Alberto Fernández, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, prevista para esta terça-feira (2).
Galípolo destacou que o Brasil tem cerca de 210 empresas que fazem negócios com a Argentina. O secretário afirmou que a falta de mecanismos para financiar as exportações para o parceiro sul-americano causaram perdas de US$ 6 bilhões de espaço na balança comercial argentina para a China, que vem investindo em mecanismos de financiamento, proporcionando alternativas de meios de pagamento.
Segundo o secretário, o BNDES deve ter papel importante nesse processo, atuando como um “Eximbank”. Ele destacou que as operações precisam seguir processos de governanças e garantias.
“O BNDES muita experiência nisso. Tem muita experiência no financiamento de exportações e é essencial nesse processo, mas, obviamente tem toda uma governança interna do BNDES do Conselho de Garantias e Exigências que precisam ser cumpridas”, destacou.
O representante da Fazenda comentou os estudos para criação de uma moeda comum para viabilizar o comércio entre os dois países, hoje contabilizado em dólar. Ele afirmou ainda que o país pode anunciar mais medidas na segunda metade do ano voltadas para estimular o comércio com os argentinos.
“A partir do segundo semestre, podem chegar medidas que vão colaborar com a economia argentina. Brasil precisa se empenhar em encontrar uma solução conjunta”, afirmou, sem dar detalhes.
Galípolo ainda afirmou que a Fazenda fará uma discussão “à luz do sol” em relação aos privilégios tributários. “Vamos ter resistência? Com certeza, mas a Fazenda vai enfrentar esse debate de maneira republicana e transparente”, defendeu.
Questionado, o secretário-executivo da Fazenda repetiu que sua relação com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, é boa. Ao citar a lei da autonomia do BC, disse que seu mandato à frente da autoridade monetária vai até o fim de 2024 – ele foi provocado sobre se o Ministério da Fazenda apoiava Campos Neto no BC até o fim do mandato.
Sobre o Desenrola, o secretário disse que a partir do meio do ano deve estar avançada a solução em T.I. para lançar o produto.
Por Marcello Corrêa e Guilherme Pimenta
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