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Entenda os motivos para o maior aperto monetário na Zona do Euro desde 1999
O Banco Central Europeu (BCE) elevou sua taxa referencial de juros em 0,75 ponto percentual, de zero para 0,75%, informou a autoridade monetária na manhã desta quinta-feira. Segundo o BCE, novas altas de juros serão necessárias para “reduzir a demanda e evitar o risco de uma alta persistente nas expectativas de inflação”.
O patamar de 0,75% ao ano é o nível mais alto desde novembro de 2011. A última vez que o BCE elevou sua taxa básica em 0,75 ponto percentual foi em 1999.
Foi a primeira reunião de política monetária da zona do euro depois de julho, quando as autoridades aumentaram a taxa em 0,50 ponto percentual, na primeira elevação dos juros desde 2011.
Desde então, alguns membros do Conselho do BCE preparavam o cenário para aumentos maiores, com destaque para a necessidade de uma ação rápida para domar a inflação.
O discurso da presidente do BCE, Christine Lagarde, será monitorado com atenção pelos mercados.
O BCE reiterou, em comunicado, que a decisão de hoje foi tomada – e que novas altas virão – porque a inflação permanece muito elevada em níveis recordes e deverá permanecer acima da meta de 2% por um longo período. Com a alta de 0,75 ponto, a taxa referencial ficou em 0,75%, a taxa de refinanciamento em 1,25% e a taxa overnight em 1,50%.
“As pressões sobre os preços continuaram a se fortalecer e se ampliar por toda a economia e a inflação deve aumentar ainda mais no curto prazo. À medida que os atuais motores da inflação desaparecem com o tempo e a normalização da política monetária se espalhe pela economia, a inflação cairá.”
Olhando para o futuro, a equipe do BCE revisou significativamente suas projeções de inflação e agora espera-se que a inflação seja em média de 8,1% em 2022, 5,5% em 2023 e 2,3% em 2024”, informou o BCE.
O BCE disse também que estima uma desaceleração econômica na zona do euro, devendo ficar estagnada no quarto trimestre de 2022 e no primeiro trimestre de 2023. Segundo o banco, os altos preços de energia estão reduzindo o poder de compra da população, fator agravado pela guerra da Ucrânia. A expectativa do banco agora é de um crescimento econômico de 3,1% em 2022, 0,9% em 2023 e de 1,9% em 2024.
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