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FMI: ‘Novo arcabouço fiscal é positivo e ambicioso’
O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou na quinta-feira (13) que o novo arcabouço fiscal, apresentado pelo governo brasileiro recentemente, é positivo e ambicioso.
Em entrevista coletiva, Nigel Chalk, diretor interino do Departamento do Hemisfério Ocidental do Fundo, se disse entusiasmado com a proposta de ajuste fiscal proposta no novo arcabouço, que parece “consciente das necessidades sociais do país”.
“É bom que os brasileiros estejam pensando em um marco fiscal e uma estrutura institucional para a política fiscal. Apoiamos muito isso. E ficamos muito felizes em fornecer experiências entre países ou experiências internacionais, se o governo considerar útil”, disse Chalk.
“Estamos favoravelmente impressionados com o ajuste fiscal. Isso está sendo proposto no médio prazo em termos de aumento do superávit primário. Isso é bom”, continuou.
Segundo Chalk, trata-se de um plano de equilíbrio fiscal ambicioso, mas também “consciente das necessidades sociais do país”.
“Equilibrar essas duas coisas é muito importante. Há também um esforço mais amplo para revisitar todo o quadro fiscal e institucional em termos de regras fiscais. O que podemos ver é que as ideias ainda estão evoluindo. Vimos algumas propostas e estamos olhando para elas”, afirmou.
Chalk lembrou que no próximo mês o Fundo começará as consultas para o Artigo IV (revisão que faz periodicamente sobre as economias) do Brasil e, então, deve ter mais subsídios para analisar o novo arcabouço fiscal.
“Acho que teremos uma discussão mais detalhada sobre isso. Teremos mais a dizer sobre o quadro institucional que o planejamento do governo”, afirmou.
Moeda para o Brics
Nigel Chalk comentou também a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que defende uma moeda alternativa ao dólar para comércio entre países do Brics. Para o diretor, essa é uma possibilidade viável, mas considera que é necessário muito investimento e é muito difícil se afastar desse “ecossistema”.
“Para que uma moeda seja utilizável, tanto no comércio quanto nas finanças, é necessário que haja muitos fundamentos institucionais que apoiem isso. É preciso ter mercados financeiros relativamente profundos e líquidos e ter a capacidade de disponibilidade de financiamento em dólares para fornecer recursos para o comércio”, comentou o diretor do FMI.
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