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França já se prepara para corte total de gás russo
O presidente da França, Emmanuel Macron, disse que seu país deve se preparar para um corte total do fornecimento de gás da Rússia, o que deve provocar um período de racionamento.
O líder francês disse que diante do cenário incerto em relação ao fornecimento russo o país deve começar a desligar a iluminação pública em alguns períodos da noite e pediu por um período de “sobriedade” para o uso de eletricidade pela população.
Macron disse que sem fim à vista para a guerra na Ucrânia, os franceses devem se preparar para que os custos permaneçam altos.
“Esta guerra vai continuar”, disse ele em uma entrevista televisionada para o feriado nacional da França, o Dia da Bastilha. “O verão e o início do outono serão muito difíceis.”
“A Rússia está usando energia e alimentos, como arma de guerra”, disse Macron. “Devemos nos preparar para o cenário em que teremos que ficar sem todo o gás russo.”
A perspectiva de um corte total do fornecimento do gás russo para a Europa começa a ser uma realidade compartilhada por diversos agentes do continente. Nesta quinta-feira, o executivo-chefe da Shell Ben van Beurden, alertou que a Europa pode precisar racionar energia neste inverno diante de um aumento nos preços de energia causados pela Rússia.
O executivo da maior empresa de petróleo e gás da Europa disse que o presidente Vladimir Putin mostrou que é “capaz e disposto a armar suprimentos de energia”, e que não descarta uma suspensão completa das exportações do gás russo.
“Enfrentaremos um inverno realmente difícil na Europa”, disse Van Beurden em uma conferência sobre energia. “Talvez alguns países se saiam melhor do que outros, mas acho que todos enfrentaremos uma escalada de preços muito significativa, então haverá muita pressão sobre a indústria, portanto, muita pressão sobre a economia”,
Segundo Beurden, a “pior das hipóteses” é o racionamento no continente.
Para lidar com o corte iminente, a França continuará diversificando as fontes de gás, disse Macron, que vem sendo criticado pela oposição por conta das sanções contra a Rússia.
O grupo formado por políticos de extrema-direita e extrema-esquerda culparam as sanções da UE por reduzir o poder de compra dos consumidores franceses, ao mesmo tempo em que não conseguiram persuadir o presidente russo, Vladimir Putin, a retirar tropas da Ucrânia.
O presidente da França não deu nenhuma indicação durante a entrevista de mudança de política em relação à Ucrânia.
“O que você quer que façamos?” disse o presidente. “Queremos acabar com esta guerra sem nos envolvermos mais. Ao mesmo tempo, queremos fazer tudo para que a Rússia não vença e para que a Ucrânia possa defender seu território. Não queremos uma guerra mundial.”
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