Goldman Sachs: endividamento, juros, eleições e inflação são freios para o varejo

Setor deve enfrentar diversos fatores contrários nos próximos meses

Sob efeitos do aumento da mobilidade devido ao recuo da onda de covid-19 pela variante ômicron e de certo alívio dos gargalos de oferta que afetam o setor automobilístico, as vendas do varejo se aceleraram em fevereiro.

Mas inflação alta de dois dígitos, condições financeiras domésticas mais apertadas, confiança fraca do consumidor e das empresas, incerteza política persistente e níveis recordes de endividamento das famílias, com condições de crédito cada vez mais exigentes, devem gerar ventos contrários para a atividade de varejo nos próximos meses.

Essa é a avaliação de Alberto Ramos, economista-chefe do Goldman Sachs, sobre o desempenho do varejo em fevereiro, que surpreendeu positivamente. Segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada esta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de vendas do varejo restrito cresceu 1,1% em fevereiro ante o mês anterior, com ajuste sazonal.

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    A alta de janeiro, também na margem, foi revisada de 0,8% para 2,1%. No conceito ampliado, que incluem vendas de veículos e de material de construção, a expansão foi de 2% em fevereiro, em igual critério, ante alta de 0,2% em janeiro.

    Com os resultados de fevereiro e as revisões em relação a janeiro, indica Ramos em boletim distribuído esta manhã pelo banco, o carregamento estatístico para o varejo restrito ficou em +1,2% no primeiro trimestre do ano em relação ao três meses anteriores, com ajuste sazonal. Para o varejo ampliado, o carregamento ficou em +0,1%, em igual critério.

    O boletim menciona ainda que a atividade de varejo em fevereiro foi sustentada pelo aumento das vendas de alimentos/bebidas (1,4%), combustíveis e lubrificantes (5,3%), livros e jornais (42,8%), vestuário e calçados (2,1%) e móveis e eletrodomésticos (2,3). %) e outros bens de uso pessoal (+1,6%), e reprimidos pela queda nas vendas de produtos farmacêuticos (-5,6%), considerando sempre variações na margem, com ajuste sazonal.

    As vendas do varejo ampliada, destaca o relatório, foram impactadas pelo aumento nas vendas de automóveis e autopeças (+5,2%) compensado pela retração nas vendas de material de construção (-0,4%).

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