O impacto da onda regulatória no preço do bitcoin e de outras moedas tem sido positivo, algo que pareceria um contrassenso na visão que predominava quando a criptomoeda foi criada. Existia a crença de que os ativos virtuais deveriam ser totalmente livres, independentes e havia até uma certa aversão a qualquer controle estatal.
Juliana Facklmann, líder de regulação e design de produtos do grupo 2TM (controlador do Mercado Bitcoin), entende que a regulamentação se tornou essencial para aumentar a demanda por criptomoedas, já que diversos fundos de investimento, no Brasil e no exterior, só podem atuar em mercados regulados.
Fundos de investimento brasileiros podem investir em ativos no mercado regulado nacional ou em instrumentos estrangeiros desde que o mercado desses instrumentos seja regulado no exterior. O mercado institucional não pode adquirir criptomoedas aqui por enquanto.”
Na opinião de Safiri Félix, diretor de produtos e parcerias da plataforma de negociação Transfero, as perspectivas de médio a longo prazo para os preços das criptomoedas são positivas, à medida que a maioria dos países tende a adotar uma regulação moderada, que permite investimentos de fundos.
De acordo com Félix, é uma feliz coincidência para o investidor de bitcoin o fato de as discussões regulatórias caminharem ao mesmo tempo em que o bitcoin se aproxima de um “halving” – momento programado em que a recompensa aos mineradores cai pela metade, tornando a moeda mais escassa.
“Hoje, muitos investidores e fundos não têm exposição em cripto porque são veículos não regulados. Se ao mesmo tempo as barreiras forem eliminadas e a conjuntura macro for de aumento da demanda em um período de ‘halving’, com corrida por um ativo rareando, podemos esperar muita valorização.”