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Inflação nos EUA desacelera para 8,5% nos 12 meses até julho, menos que expectativa de 8,7%
A inflação nos Estados Unidos (CPI, índice de preços ao consumidor, na sigla em inglês) desacelerou para 8,5% nos 12 meses até julho depois de ter batido em 9,1% em junho, segundo o Departamento do Trabalho informou na manhã desta quarta-feira (10). A estimativa do mercado, de acordo com a agência de informações financeiras Dow Jones, era de que o índice ficasse em 8,7% no mês passado. Na comparação mensal, os preços se mantiveram estáveis, quando a estimativa dos especialistas era de uma alta de 0,2% depois do 1,3% de junho.
Esse recuo do CPI em julho reflete principalmente a queda dos preços dos combustíveis e das passagens aéreas. Mesmo assim, a taxa ainda é muito alta para o país: está no maior patamar em quatro décadas.
A desaceleração da inflação pode reforçar as apostas do mercado financeiro em uma alta de 0,5 ponto percentual dos juros básicos dos EUA no mês que vem, menos do que o 0,75 p.p. de julho, que levou a taxa para o intervalo 2,25%-2,5% ao ano. Como muitos países do mundo – Brasil incluído –, os EUA estão sofrendo bastante com a inflação, alimentada ao longo dos últimos meses pela quebra das cadeias globais de matérias-primas com a pandemia de Covid-19 e pela alta do petróleo com a guerra da Rússia na Ucrânia.
A principal estratégia dos bancos centrais para tentar segurar os preços é aumentar os juros, o que desencoraja gastos dos consumidores e os investimentos das empresas, fazendo a atividade econômica esfriar.
Os índices futuros de ações de Wall Street dispararam com a notícia. Por volta das 9h40 (de Brasília), o futuro do Dow Jones avançava 0,84%, e o da Nasdaq subia 1,73%. A projeção de redução do ritmo de alta dos juros básicos tem efeito imediato no mercado de renda fixa, que fica um pouco menos atraente. Por sua vez, o mercado de renda variável se torna mais interessante para quem aceita correr mais riscos na busca por meiores retornos.
Muita calma nesta hora
A desaceleração da inflação é uma boa notícia e os investidores, ansiosos para ver o fim do ciclo de elevação dos juros pelo Fed (Federal Reserve, banco central americano), estão comemorando. Mas ainda é cedo para comemorar.
Não dá para dizer neste momento que o pico da inflação ficou para trás. Excluindo os preços de alimentos e energia, que são mais voláteis, o chamado núcleo da inflação ficou em 0,3% em julho ante junho, ou 5,9% em 12 meses. As estimativas dos especialistas eram de, respectivamente, 6,1% and 0,5%.
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