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IF Hoje: IPCA de setembro aponta terceira deflação seguida, de 0,29%
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou na manhã desta terça-feira (11) que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de setembro apontou uma deflação de 0,29%. A queda dos preços, a maior para tal mês na série histórica, superou também a estimativa dos especialistas, que era de 0,21%. Com a baixa do mês passado, o IPCA acumulado em 12 meses caiu de 8,73% para 7,17%.
Julho foi o primeiro mês a ter deflação, de 0,68%. Em agosto, a retração dos preços, segundo o IPCA, foi de 0,36%. Desde o primeiro sinal de reversão na tendência de alta dos preços no Brasil, em julho, o mercado financeiro se pergunta se a queda vai durar.
No debate, entram argumentações sobre o motivo da disparada no primeiro semestre do ano. Foi a oferta, devido às quebras de safra que encareceram os alimentos e ao aumento dos combustíveis devido à guerra da Rússia na Ucrânia? Ou foi a demanda, com o aumento do emprego e da renda empurrando os consumidores às compras e a elevação dos investimentos em infraestrutura? Segundo os especialistas, foi um pouco dos dois, e de ambos os lados a pressão está diminuindo.
O abastecimento de diversos alimentos foi normalizado, e, embora a guerra no leste europeu esteja longe do fim, o petróleo já caiu cerca de 20% em relação às cotações de janeiro. O movimento no setor de serviços, que foi o último a se recuperar da crise gerada pela pandemia de Covid-19, também dá sinais de arrefecimento, muito porque o dinheiro que as famílias economizaram na época de distancimento social e estavam gastando com lazer acabou.
Por que importa?
A inflação é a principal preocupação do Banco Central, que tem a missão de proteger o valor da moeda. Para isso, usa a taxa de juros: quando a inflação sobe demais, o BC brasileiro aumenta a taxa Selic a fim de desestimular o consumo e os investimentos produtivos e segurar os preços. A taxa vinha subindo desde março de 2021, quando, em setembro último, o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) decidiu parar de aumentá-la por acreditar que a inflação estava domada. A Selic agora é de 13,75% ao ano. Se o IPCA de setembro confirmar essa avaliação, crescem as apostas de que não haverá novas elevações de juros no curto prazo – e de que talvez o BC possa voltar a abaixar a taxa básica mais cedo.
Como afeta os investimentos?
Se as expectativas continuarem sendo de estabilidade dos juros em nível elevado por mais tempo, as aplicações em renda fixa seguem como mais atrativas do que as de renda variável. Um resultado muito diferente do que o mercado está prevendo pode causar uma reavaliação das estratégias dos investidores.
Agenda do dia
- 3h – Reino Unido: Taxa de desemprego (agosto)
- 9h – Brasil: IPCA (setembro)
- 12h30 – EUA: Discurso de Patrick Harcker, presidente da sucursal de Filadélfia e membro do conselho de política monetária do Fed
- 13h – EUA: Discurso de Loretta Mester, presidente da sucursal de Cleveland e membro do conselho de política monetária do Fed
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