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Crédito fica mais caro em maio; juro do rotativo do cartão vai a 455% ao ano
O crédito voltou a ficar mais caro no Brasil em maio, com a taxa do rotativo do cartão de crédito atingindo 455% ao ano, a máxima desde março de 2017, segundo dados do relatório do Banco Central divulgados nesta quarta-feira.
Foi a sexta alta consecutiva da taxa do produto, uma das maiores do mercado bancário, e aconteceu mesmo com a Selic, o juro básico da economia, estável em 13,75% ao ano desde agosto de 2023. Já o juro médio do cheque especial ficou em 130,7% ao ano no mês passado, menos do que em abril, mas ainda no maior nível desde fevereiro.
O dado ilustra uma deterioração das condições gerais do mercado de empréstimos no Brasil, com piora da inadimplência e os bancos desacelerando novas concessões, especialmente para empresas.
No conjunto, o estoque de empréstimos do sistema financeiro no Brasil fechou maio em R$ 5,4 trilhões, um aumento de 10,4% em 12 meses, desacelerando em relação ao mês anterior, uma vez que as novas concessões seguiram em trajetória de queda que já dura quase um ano.
As linhas de desconto de duplicatas tiveram queda de 8,2% em um ano, enquanto as voltadas para capital de giro diminuíram em 1,3%. Esse movimento veio na esteira do pedido de recuperação judicial da Americanas (AMER3), em fevereiro, e da piora acentuada da qualidade de crédito de empresas grandes e pequenas no Brasil.
Ainda segundo o relatório do BC, a taxa média de juros das novas contratações alcançou 32,5% ao ano em maio, com alta de 0,4 ponto percentual no mês e de 4,7 pontos em 12 meses. Isso, embora o custo que os bancos pagam para tomar recursos no mercado tenha caído no período.
O documento também apontou nova piora da inadimplência. No crédito com recursos livres, a inadimplência média subiu 1,2 ponto em um ano, para 4,9%. Nos empréstimos para pessoas, o índice de atrasos atingiu 6,3%.
O levantamento ainda mostrou que o endividamento das famílias ficou em 48,5% em abril, recuo de 1,4 ponto em 12 meses. Porém, o comprometimento de renda para pagamento de dívidas aumentou 1,7 ponto, a 27,9%.
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