Morning call: como a bolsa vai se comportar na última semana de agosto?
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A bolsa de valores desceu mais de 1% na sexta-feira (25) – chegando a 115.837 pontos – e repetiu movimento experimentado na quinta-feira. O dólar fechou a semana passada em baixa de 0,09%, a R$ 4,8756.
Resta agora saber como o principal índice da bolsa vai se comportar durante a última semana de agosto, um mês que tem sido marcado por quedas robustas.
A semana começa, também, diante de uma agenda frequente. Haverá a divulgação da sondagem da construção, elaborada pelo Ibre da FGV, e em seguida o Banco Central divulga mais um Boletim Focus.
As atenções do mercado se voltam cada vez mais para os dados da próxima sexta-feira. No primeiro dia de setembro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o PIB do segundo trimestre.
Ainda durante o começo do dia, como sempre, o mercado começa a semana de olho no desempenho das bolsas da China. Vamos descobrir, então, como os mercados se comportaram por lá.
Bolsas asiáticas
Os mercados acionários da Ásia registraram ganhos, nesta segunda-feira após no fim de semana a China anunciar medidas recentes de estímulo, inclusive ao mercado acionário. Em Hong Kong, porém, a ação da incorporadora China Evergrande Group recuou quase 80%, na volta do papel a negociações depois de 17 meses de suspensão, com o setor imobiliário chinês ainda como foco de cautela.
Bolsa de Xangai
Na China, a Bolsa de Xangai fechou em alta de 1,13%, em 3.098,64 pontos, e a de Shenzhen, de menor abrangência, subiu 0,95%, a 1.988,02 pontos. Estímulos recentes da China, como um corte no fim de semana na taxa para negociações no mercado acionário, apoiaram o humor.
Na avaliação do banco Nomura, porém, sem medidas adicionais mais agressivas de estímulo deve haver pouco impacto positivo sustentável nos mercados acionários e também na economia. Entre ações em foco em Xangai, Poly Developments & Holdings Group subiu 2,7% e China Vanke, 4,5%.
Bolsa de Hong Kong
Em Hong Kong, o índice Hang Seng registrou ganho de 0,97%, a 18.130,74 pontos, com ações do setor financeiro e de seguradoras entre os destaques. Já China Evergrande Group, que voltou a ser negociada após hiato de 17 meses, recuou 78,79%.
A incorporadora chinesa cumpriu as várias obrigações estabelecidas pela Bolsa de Hong Kong para voltar a ser negociada, entre elas publicar balanços financeiros, mas enfrentou seu pior dia desde a listagem, no fim de 2009.
No domingo, ela anunciou que havia registrado 33,01 bilhões de yuans de prejuízo no primeiro semestre do ano, mas com alta de quase 44,0% na receita, na comparação anual, a 128,18 milhões de yuans.
O setor imobiliário chinês continua a sofrer com o sentimento fraco, com vendas modestas em quadro de pouca confiança dos consumidores. A Evergrande enfrenta problemas de fluxo de caixa, o que provocou default em pagamentos de dívida e falhas para cumprir contratos, como pagamentos a fornecedores.
O passivo total da empresa no fim de junho estava em 2,39 trilhões de yuans, informou a própria empresa, que diz trabalhar para reestruturar dívidas offshore e proteger interesses de longo de seus vários credores.
Bolsa de Tóquio
Na Bolsa de Tóquio, o índice Nikkei subiu 1,73%, a 32.169,99 pontos. Ações do setor de eletrônicos estiveram entre os destaques, com Lasertec em alta de 7,4% e Renesas Electronics, de 4,4%. Investidores aguardavam qualquer comentário de autoridades do Japão sobre o quadro no iene.
Coréia do Sul
Na Coreia do Sul, o índice Kospi subiu 0,96% em Seul, terminando em 2.543,41 pontos, na máxima do dia. A reação positiva na sexta-feira em Wall Street ao discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, apoiou os negócios sul-coreanos, embora o dirigente não tenha descartado novas altas nos juros, mas comentado que o Fed deve agir “com cuidado” em qualquer novo aperto.
Em Taiwan, o índice Taiex registrou alta de 0,17%, a 16.509,26 pontos.
E na Oceania?
Na Oceania, em Sydney o índice S&P/ASX 200 fechou em alta de 0,63%, em 7.159,80 pontos. A bolsa australiana recuperava perdas da última semana, em quadro positivo para ações do setor financeiro e também ligadas ao consumo.
Um dado acima do previsto nas vendas do varejo da Austrália apoiou o humor, com alta de 0,5% nas vendas em julho ante junho, acima da previsão de avanço de 0,3% dos analistas.
*Com informações da Dow Jones Newswires e Estadão Conteúdo
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