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Questionário pré-Copom: Maioria dos economistas vê chance de inflação menor que a projetada para 2022
A maior parte dos economistas consultados em questionário pré-reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgado na manhã desta quinta-feira, vê mais chances de que a inflação seja menor no fim deste ano do que as suas projeções atuais. A dinâmica se inverte em 2023, quando os analistas acham que a probabilidade de alta é maior.
De acordo com o documento, 43% dos economistas acham que há risco de baixa em seus cenários para a inflação deste ano, contra 29% de risco de alta. Para 2023, o risco de baixa ficou em 5% e o de alta, em 76%. Para 27% dos analistas, os riscos ficam equilibrados em 2022 (19% para o próximo ano).
O questionário foi enviado a analistas do mercado em 3 de junho. As respostas são analisadas antes da reunião do comitê sobre a taxa básica de juros (Selic) e servem como subsídio para a decisão.
O cenário em maio era o contrário – no mês, nenhum economista consultado via risco de baixa em 2022, 8% viam riscos equilibrados e 92% tinham em risco de alta como mais provável. Para 2023, eram 6% para o risco de baixa, 30%, equilibrados, e 64%, de alta.
A mudança nos percentuais entre maio e junho possivelmente foi gerada pelos recentes esforços do governo para baratear combustíveis e outros itens com redução de impostos. Essas iniciativas, segundo o questionário, devem reduzir a inflação deste ano, mas ter efeito contrário em 2023, com o fim dos benefícios fiscais.
Segundo o documento, a mediana das projeções dos analistas do impacto potencial dessas medidas é de redução de 2 pontos percentuais na inflação deste ano. Não foi divulgada estimativa para 2023.
Com isso, voltou a crescer o percentual de economistas que vê piora no quadro fiscal do país. Em junho, 69% viam piora, 23% não viam mudanças relevantes e 8% achavam que melhorou. Em maio, 24% responderam que piorou, 57% sem mudanças e 19% que melhorou.
No questionário, 99% dos economistas apostavam que o BC deveria elevar a Selic em 0,5 ponto percentual na última reunião e 82% concordavam com essa decisão (3% achavam que a alta deveria ser de 1,0 ponto). Na ocasião, em 15 de junho, a autoridade monetária elevou a taxa básica em 0,5 ponto percentual, para 13,25% ao ano.
A mediana das projeções para a inflação de 2022 ficou em 9,00% e para o câmbio, em R$ 5,00. A previsão dos economistas foi de Selic a 13,50% no fim do ano.
Para 2023, a mediana ficou em 4,70% para o IPCA, R$ 5,02 para o dólar e 10% ao ano para a Selic.
Para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2022, a previsão mediana dos economistas é de crescimento de 1,5% e de 0,5% para 2023. Sobre os riscos no cenário traçado para a atividade deste ano, 6% apontam ser de baixa, 50%, equilibrado, e 44%, de alta. Para o próximo ano, os percentuais são 49%, 41% e 9%, respectivamente.
Do total de entrevistados, 51% disseram que cenário externo é menos favorável para economias emergentes em comparação à reunião do Copom de maio, 37% não veem mudança e 13% acham mais favorável. A mediana das projeções é que a taxa de juros dos Estados Unidos termine o ano a 2,75% ao ano e se eleve para 3,50% em 2023.
A mediana da projeção para a taxa de juros dos Estados Unidos é de 1% em 2022 e 2% em 2023.
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