- Home
- Mercado financeiro
- Economia
- Bolsas de NY fecham em queda e terminam semana de decisão do Fed no vermelho
Bolsas de NY fecham em queda e terminam semana de decisão do Fed no vermelho
Os três principais índices acionários de Wall Street terminaram as operações desta sexta-feira em território negativo, depois de a divulgação de dados de emprego nos Estados Unidos mostrar que o mercado de trabalho segue apertado no país. Com a retração de hoje, os três índices tiveram queda acumulada na semana, em período marcado pela divulgação da orientação do Federal Reserve (Fed) sobre sua política monetária. O segmento de energia terminou a semana com ganhos, enquanto o imobiliário e o de consumo discricionário fecharam com os maiores recuos.
No fim da sessão, o índice Dow Jones perdeu 0,30%, a 32.899,37 pontos, enquanto o S&P 500 caiu 4.123,34 pontos e o Nasdaq recuou 1,40%, a 12.144,66 pontos. Já no balanço semanal, as quedas acumuladas foram de 0,24%, 0,21% e 1,54%, respectivamente.
Entre os índices setoriais, tanto no recorte do dia quanto no da semana, o segmento de energia liderou os ganhos, subindo 2,91% hoje e 10,17% nos últimos cinco dias. O setor é beneficiado mais uma vez pelo avanço dos preços do petróleo. Na semana, os contratos futuros do Brent (julho) e WTI (junho) tiveram crescimento acumulado de mais de 4,5%. Hoje as ações da Chevron subiram 2,66%, enquanto as da Exxon Mobil avançaram 1,53%.
Na ponta das perdas, os setores imobiliário e de consumo discricionário estão também entre os piores desempenhos do dia e da semana. O primeiro recuou 1,02% hoje e 3,78% na semana, enquanto o segundo caiu 1,31% e 3,37% na semana. Ambos os segmentos foram beneficiados com a expansão do balanço patrimonial dos Estados Unidos, com o aumento da liquidez por meio da compra dos títulos do Tesouro e títulos hipotecários (MBS). Nesta semana, no entanto, o Fed anunciou que irá dar início ao enxugamento desses papéis no dia 1º de junho.
No caso específico da sessão de hoje, a atenção dos investidores pela manhã se voltou ao mercado de trabalho nos Estados Unidos. De acordo com o relatório do Payroll, os EUA criaram 428 mil vagas de trabalho em abril, ficando ligeiramente acima da expectativa dos economistas consultados por “The Wall Street Journal”, de 400 mil vagas.
Para Kathy Bostjancic, economista da Oxford Economics, os dados de empregos de abril ressaltam a visão do presidente do Fed, Jerome Powell, de que o mercado de trabalho está ‘extraordinariamente apertado’ e corre o risco de uma espiral ascendente de preço-salário, especialmente se a oferta de trabalho não retomar sua recuperação ascendente. “Como tal, o relatório de hoje apóia o Fed aumentando a taxa de fundos federais em 0,50 ponto percentual em cada uma de suas reuniões de junho e julho.”
Os ganhos salariais por hora trabalhada subiram 5,5% em abril, na comparação com o mesmo mês do ano passado, ficando em linha com o esperado, enquanto a participação na força de trabalho indicou uma leve queda, a 62,2% em abril, de 62,4% da leitura de março. Ambos os dados parecem indicar que o mercado de trabalho segue bem apertado nos EUA.
Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano (Treasuries), cujo rali derrubou as ações ontem em Wall Street, oscilaram bastante hoje, mas perto das 17h30 operavam em alta. O rendimento do Treasury de dez anos subia, no horário acima, a 3,144%, de 3,068% do fechamento de ontem. Já o dólar no exterior, que se fortaleceu bastante ontem, hoje volta a ficar no vermelho, caindo 0,05%, a 103,697 pontos.
Entre as ações o destaque ficou com a queda da empresa de roupas esportivas Under Armour, com recuo de 23,79%. A marca registrou uma perda inesperada e previu que o lucro do ano inteiro deve ficar abaixo das expectativas, devido aos custos mais altos causados por gargalos nas cadeias de suprimento e pelas restrições na China.
Leia a seguir