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Vendas no varejo decepcionam e podem forçar fim da alta da Selic, diz analista
As vendas no comércio varejista estão em queda. No mês de julho, o volume de vendas caiu 0,8% com relação ao mês anterior, somando o terceiro mês consecutivo de redução. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (14).
Nos últimos 12 meses, o comércio varejista aponta 1,8% de queda nas vendas com relação a 2021, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do IBGE.
Para André Perfeito, sócio da Necton, os resultados “decepcionaram”. “Os dados sugerem que a atividade está ainda frágil e não fosse o esforço fiscal em derrubar a gasolina o resultado poderia ter sido ainda pior”, avalia.
Com o resultado, a expectativa é de fim do ciclo de alta da Selic, por mais que pese no cenário externo uma reprecificação dos juros nos EUA”, diz Perfeito.
“A atividade doméstica melhora na margem, mas sobre uma base baixa, logo não faz sentido (em tese) desacelerar ainda mais a atividade econômica com vistas a controlar os preços”, avalia.
A mediana das 28 projeções colhidas pelo Valor Data com instituições financeiras e consultorias apontava para a expectativa de avanço de 0,1% no mês passado na comparação com junho.
A PMC de julho também mostra que, na comparação com julho de 2021, o comércio varejista caiu 5,2%, como taxas negativas em sete das 10 atividades, com destaque para as categorias Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-28,7%), Tecidos, vestuário e calçados (-16,2%) e Móveis e eletrodomésticos (-14,6%).
Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo caíram 0,1% com relação ao mesmo mês do ano passado.
Combustíveis em alta
Do total de dez atividades pesquisadas, nove apresentaram retração de vendas no mês de julho, apenas o segmento de combustíveis e lubrificantes registrou crescimento, 12,2% em relação ao junho por conta da redução do preço dos combustíveis.
Vestuário tem a maior queda
A queda da renda das famílias afetou principalmente o setor de moda e acessórios. O maior recuo mensal foi no segmento que Tecidos, vestuário e calçados, com queda de 17,1% no mês.
“Algumas das grandes cadeias comerciais apresentaram redução na receita, sobretudo na parte de calçados. Além disso, pode haver também escolhas do consumidor, considerando a redução da capacidade do consumo atual”, afirma o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.
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