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Cogna (COGN3) tem prejuízo de R$ 203 milhões no 4º tri, alta de 35%, com amortização do intangível e impairment
A Cogna, maior grupo educacional do país, registrou um lucro líquido ajustado de R$ 76,1 milhões no quarto trimestre, revertendo um prejuízo de R$ 65,5 milhões no mesmo período de 2021. No acumulado do ano passado, a companhia ainda apura prejuízo de R$ 52,6 milhões, mas o valor representa uma redução de 48% sobre 2021.
No resultado contábil (que desconsidera a amortização do intangível e o impairment), a companhia viu seu prejuízo aumentar 35% para R$ 203,5 milhões no último trimestre do ano.
A receita da companhia subiu 13,2% para R$ 1,7 bilhão no trimestre e 6,6% para R$ 5 bilhões em 2022. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) recorrente avançou 13% também R$ 471 milhões. A margem do respectivo indicador ficou estável em 27,8%.
A geração de caixa operacional caiu 39,5% para R$ 63 milhões devido ao atraso no repasse do governo na compra de livros didáticos. O pagamento foi feito no começo de janeiro. No acumulado do ano, a geração de caixa cresce 9,4% para R$ 540 milhões. Somando o pagamento atrasado do governo, o valor sobe para cerca de R$ 600 milhões.
“O ano de 2022 foi de inflexão, após a reestruturação que fizemos em 2020. Hoje, tanto Kroton quanto Vasta estão gerando caixa, com resultados positivos. Agora, é hora de pensar em novas teses de crescimento”, disse Roberto Valério, presidente da Cogna.
Em 2020, a companhia anunciou uma grande reestruturação para estancar as perdas provocadas pela redução do Fies. Nessa iniciativa, a companhia reduziu em cerca de um terço o número de campi de cursos presenciais da Kroton. Nesse momento, a companhia passou a priorizar cursos digitais e mais recentemente a graduação de medicina. Em 2021, o negócio de educação básica da companhia sofreu um revés devido à pandemia, com uma queda no número de alunos matriculados e redução na compra de material didático na rede privada.
No segmento de ensino a distância, mercado que mais cresce e ao mesmo tempo enfrenta forte concorrência, Valério destaca que o grupo mantém o valor médio das mensalidades e não está adotando uma política de preços agressiva para baixar valor. No último trimestre, o tíquete médio no EAD caiu 8,6% para R$ 194 devido a maior oferta de cursos a distância e, consequentemente, há mais alunos matriculados nessa modalidade. “Compensamos com o volume. A receita do EAD cresceu 5,5% para R$ 646 milhões no quarto trimestre”, disse Valério.
Nos cursos presenciais, o tíquete médio subiu 12% para R$ 695. A receita por sua vez, aumentou 24% para 1,1 bilhão.
A companhia conseguiu ainda reduzir o prazo médio de pagamento de 62 para 54 dias e a provisão para devedores duvidosos (PDD) caiu 3,5 pontos percentuais para 12% mesmo no atual ambiente macroeconômico.
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