- Home
- Mercado financeiro
- EZTec (EZTC3): ‘Não estamos contentes com os resultados’, diz presidente; ações fecham em forte queda
EZTec (EZTC3): ‘Não estamos contentes com os resultados’, diz presidente; ações fecham em forte queda
Empresas citadas na reportagem:
Silvio Zarzur, diretor-presidente da EZTec (EZTC3), afirmou em videoconferência com analistas, para comentar os resultados do primeiro trimestre, nesta sexta-feira (12), que a empresa não está “contente” com os resultados atingidos.
A incorporadora reportou queda de 60% no lucro líquido, ante um ano atrás, para R$ 42,2 milhões, e recuo de 10,9 pontos percentuais na margem bruta, de 28,4%.
As ações da companhia encerram o pregão com perdas de 6,45%, a R$ 15,07.
A taxa de juros em 13,75%, que impacta a taxa do financiamento imobiliário, pesa nos resultados e, de acordo com ele, com uma pequena mudança nesse cenário já viabilizaria uma resposta mais forte nas vendas.
O fator principal de estresse nos resultados da EZTec, no entanto, é o estouro no custo das obras, que têm ficado acima da variação do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) há pelo menos dois anos.
“Estamos bastante desconfortáveis, mas empenhados em resolver”, afirmou o presidente.
Emílio Fugazza, diretor financeiro da companhia, disse que o custo de construção do metro quadrado se elevou de R$ 3 mil a R$ 4 mil, entre 2017 e 2019, para algo entre R$ 4,5 mil e R$ 8 mil, a depender do padrão do prédio.
O executivo afirmou ainda que o estouro se concentra em um projeto, o Parque da Cidade.
Para ampliar as vendas, a companhia pretende lançar mais uma loja em São Paulo, espaço que concentra corretores, maquetes e unidades decoradas, de vários empreendimentos. Segundo Zarzur, o espaço tem a função de reduzir o custo comercial da empresa.
A companhia informou que a taxa de conversão dos clientes na loja tem ficado em uma venda para cada 10,5 visitantes — no passado, a taxa já teria sido de uma venda para cada sete clientes.
A EZTec tem uma divisão de imóveis comerciais e corporativos, a EZ Inc, mas no momento tem optado por transferir “parte importante” dos terrenos da marca para o segmento residencial. “Não podemos ficar esperando para sempre”, afirmou Zarzur, sobre a retomada da demanda por essas áreas na cidade.
No primeiro trimestre, a taxa de vacância de lajes corporativas de alto padrão ficou em 23,2% em São Paulo, alta de 0,6 ponto percentual, de acordo com a consultoria JLL.
Essa transferência já ocorreu em terrenos na av. Roque Petroni Júnior (Santo Amaro), em Moema e na Chácara Santo Antônio, segundo Fuzazza.
‘Trimestre abaixo do esperado’
Os resultados financeiros da EZTec ficaram abaixo das estimativas no primeiro trimestre, pressionadas pelo baixo número de lançamentos no período e com margens fracas por taxas adicionais no projeto Parque da Cidade, diz o Citi.
Os analistas André Mazini, Hugo Grassi Soares e Renata Cabral escrevem que as margens da companhia foram pressionadas por um mix de vendas mais pesados por projetos sob construção, ainda com custos mais pesados dos últimos anos.
O banco destaca que a EZTec queimou R$ 53 milhões em caixa no primeiro trimestre, piorando o desempenho sequencialmente, e projetam que a companhia deve perder estado de caixa líquido ainda neste ano.
O Citi tem recomendação neutra para EZTec, com preço-alvo em R$ 14.
Leia a seguir