Guararapes (GUAR3): Prejuízo líquido da dona da Riachuelo mais que dobra e Itaú BBA aponta vendas fracas no varejo
A Guararapes (GUAR3), dona da Riachuelo, registrou prejuízo líquido de R$ 175,6 milhões no primeiro trimestre deste ano, o que representa alta de 119% em relação ao mesmo período de 2022, mais do que o dobro em perda líquida.
Em conferência de resultados, a diretoria da Guararapes avaliou o resultado como sendo positivo apesar do prejuízo dobrado na comparação anual. Isso porque o resultado da financeira Midway, que pertence ao grupo, foi considerado “satisfatório” no primeiro trimestre, considerando o nível de inadimplência e o baixo crescimento da carteira de crédito. Em relatório, o Itaú BBA descreveu momento de fraco impulso fraco de vendas no varejo sendo atravessado pela companhia de Flávio Rocha.
A Guararapes teve avanços na receita líquida anual de 5,3%, para R$ 1,82 bilhão, além de registrar alta na receita de mercadorias de 2,9%. Ainda no azul, o ticket médio do grupo se fortaleceu em 16%, para R$ 184 por venda.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) foi de R$ 87,4 milhões entre janeiro e março, o que representa alta de 41,5% em relação ao mesmo período do ano passado. A margem Ebitda avançou 1,2 ponto, para 4,8%.
Contudo, o nível de alavancagem da empresa, medido pela razão entre a dívida líquida e o Ebitda, cresceu e caiu e foi de 2,7 vezes ao final de março de 2022 para 2,5 vezes ao final do primeiro trimestre deste ano.
Resultado da Midway agrada Guararapes (GUAR3)
Em conferência de resultados na manhã desta quinta-feira (11), o diretor financeiro da Guararapes, Frederico Oldani, destacou que a receita líquida da Midway avançou 10,8%, para R$ 553,3 milhões. Contudo, Oldani ponderou que o crescimento não foi suficiente para compensar a alta inadimplência.
As perdas sobre a carteira de crédito foram aumentaram 0,2 pontos percentuais do quatro trimestre de 2022 ao primeiro trimestre de 2023. Isso reflete a sazonalidade do período e o recuo da carteira.
Com isso, o Ebitda da Midway caiu 21,8%, para R$ 29 milhões. O resultado líquido foi um prejuízo de R$ 11 milhões, ante lucro de R$ 6,1 milhões no primeiro trimestre de 2022.
De acordo com Oldani, a companhia considera o resultado positivo, considerando que entre o primeiro trimestre de 2021 e o mesmo período do ano passado a queda foi de 65%, de R$ 110 milhões para R$ 38 milhões.
O foco da companhia, agora, é ampliar a receita por cliente do segmento. Oldani destaca que a companhia adotou “um nível de conservadorismo grande” na concessão de crédito, considerando os altos patamares de inadimplência.
Itaú BBA vê resultado fraco no varejo
Para o Itáu BBA, independente dos resultados da Midway, a dona da Riachuelo divulgou resultados fracos no primeiro trimestre. O balanço, na visão dos analistas, reflete as tendências registradas nos trimestres anteriores, com a divisão de varejo continuando a enfrentar um fraco impulso de vendas, alinhada com seus pares.
Os analistas Maria Clara Infantozzi, Thiago Macruz e equipe escrevem que o impulso fraco de vendas no braço de varejo levou a vendas mesmas lojas baixas, e a margem bruta foi pressionada pela maior atividade promocional, parcialmente compensada por ganhos de eficiência.
Segundo eles, no braço financeiro da Midway, provisões ainda altas levaram a uma queda de 22% no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) em relação ao ano anterior, embora superando a estimativa.
Mas o crítico: o prejuízo veio maior do que o previsto com imposto de renda maior do que o esperado.
XP vê balanço de Guararapes como ‘misto’
Já a XP afirma que os resultados da empresa foram “mistos” e em linha com estimativas. Danniela Eiger, Thiago Suedt e Gustavo Senday, da XP, destacaram que a expansão da receita líquida impulsionada pelo resultado acima do esperado da Midway.
Segundo eles, a rentabilidade foi o principal destaque do resultado, com a margem bruta consolidada apresentando crescimento por mix, com maior participação da Midway, mais do que compensando a margem mais fraca do segmento de vestuário.
O que as assets recomendam?
O Itaú BBA tem recomendação de compra para as ações da Guararapes, com preço-avo de R$ 8, potencial de alta de 72,4% ante o fechamento de ontem na B3.
Por outro lado, a XP tem recomendação neutra para as ações da Guararapes, com preço-alvo de R$ 6,50, potencial de alta de 41% ante o valor negociado há pouco na B3.
Na tarde desta quinta-feira, as ações ON de Guararapes (GUAR3) enfrentam queda. Às 15h09, os papéis caíam 1,59%, avaliados em R$ 4,57.
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