Com retração de 0,9%, EUA têm segunda queda seguida no PIB e entram em “recessão técnica”
No entanto, força do mercado de trabalho não permite dizer que maior economia do mundo está de fato se retraindo
O desempenho da economia dos Estados Unidos no segundo trimestre deste ano surpreendeu – negativamente.
O PIB (Produto Interno Bruto) americano teve retração de 0,9% no período de abril a junho de 2022 em relação ao mesmo intervalo de 2021, segundo o BEA (Buerau of Economic Analysis, a agência oficial de estatísticas dos EUA) informou na manhã desta quinta-feira (28). A projeção dos especialistas era de uma alta de 0,3%.
No primeiro trimestre, a queda do PIB havia sido de 1,6%. Com duas retrações seguidas, a maior economia do mundo está entrando em recessão técnica.
Mas o termo vem sendo evitado pelas autoridades americanas. Não se espera que o NBER (National Bureau of Economic Research) – a maior agência privada, sem fins lucrativos, de pesquisa econômica dos EUA, responsável por classificar os períodos econômicos – chame essa queda do primeiro semestre de 2022 de recessão, entretanto. Na quarta (27), após o anúncio do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) de aumentar a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, para o intervalo de 2,25%-2,5% ao ano, o presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, tampouco atendeu a um pedido de um jornalista para explicar qual seria o seu significado de recessão.
A reticência se deve ao fato de que outros indicadores econômicos não permitem dizer que a atividade está se desaquecendo. Principalmente os relativos ao mercado de trabalho. Desde janeiro, a economia americana criou 2,2 milhões de empregos. Até junho, o país já havia recuperado 98% das vagas fechadas durante a pandemis de Covid-19. Esse ritmo é totalmente incompatível com recessões, quando tipicamente são perdidos empregos.
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