- Home
- Mercado financeiro
- Ibovespa
- Ibovespa tem novo dia de queda, pressionado por aversão global ao risco
Ibovespa tem novo dia de queda, pressionado por aversão global ao risco
No fim de uma semana de elevada volatilidade nos mercados globais, nem mesmo a bateria de resultados corporativos divulgados nas últimas horas sustenta o Ibovespa em terreno positivo. Em meio à queda expressiva das bolsas em Nova York e de nova abertura nas taxas de juros globais, o índice caminha para encerrar a semana em seu menor patamar observado em 2022.
Perto das 11h15, o Ibovespa anotava queda de 0,57%, aos 104.822 pontos, nas mínimas do dia. O nível é igual aos 104.822 pontos registrados no último fechamento de 2021. O índice caminha para acumular perdas superiores a 3% na semana, o que configuraria a quinta seguida de desvalorização para a principal referência da bolsa local.
Os agentes financeiros globais seguem demonstrando desconforto com a escalada inflacionária e o processo mais agressivo de aperto monetário por parte dos bancos centrais.
“A maior aversão a risco ainda prevalece nos mercados internacionais nesta manhã de sexta-feira, refletindo os receios com a escalada da inflação, com impactos diretos na direção das taxas de juros e uma provável desaceleração da economia mundial”, afirma a equipe de pesquisa da Ágora.
Neste sentido, os dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos não trouxeram alívio, já que demonstraram que a economia do país segue em um ritmo rápido de criação de empregos.
“O presidente Powell vem caracterizando repetidamente o mercado de trabalho como “extremamente apertado”, e o crescimento dos salários e da folha de pagamento permanece bem acima de suas taxas de crescimento sustentável de longo prazo”, afirmam os economistas Sarah House e Michael Pugliese, do Wells Fargo.
“Calibrar a política monetária de uma forma que esfrie o mercado de trabalho o suficiente para reduzir a inflação, mas não tanto a ponto de levar a economia à recessão, será uma tarefa difícil. No entanto, no curto prazo, o Fomc claramente tem mais aperto de política a fazer, e o sólido relatório de trabalho de hoje reforça nossa crença de que o Fed executará outro aumento de taxa de 50 bps em sua próxima reunião de 14 a 15 de junho”, concluem.
Em Nova York, o Dow Jones opera em queda de 1,42%, o S&P 500 recua 1,82% e o índice de tecnologia Nasdaq opera em baixa de 2,56%.
Apesar das notícias negativas no exterior, alguns resultados corporativos divulgados nas últimas horas sustentam ações em território positivo. A Alpargatas registrou lucro líquido consolidado atribuído a controladores de R$ 32,9 milhões, refletindo efeito da venda da Osklen e da compra de 49,9% do capital social da marca americana Rothy’s. A receita registrou avanço de 9% ante mesmo período de 2021. As ações avançam 4,61%.
As ações da Lojas Renner ON avançam 1,22%. A companhia registrou lucro líquido de R$ 191,6 milhões no primeiro trimestre, revertendo prejuízo de R$ 147,7 milhões no mesmo período de 2021.
Petrobras ON e PN sobem 1,16% e 0,94%, respectivamente. A companhia terminou o primeiro trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 44,56 bilhões, um crescimento de 38 vezes em comparação com o lucro de R$ 1,17 bilhão apurado no mesmo intervalo do ano anterior.
“No geral, os resultados foram muito bons, mas os dividendos roubaram a cena. A Petrobras pagará US$ 9,64 bilhões, um rendimento impressionante de 11% para o trimestre, que também ficou acima de nossas expectativas. Esperamos uma reação positiva do mercado no próximo pregão”, afirmam analistas do Credit Suisse.
O lucro da estatal também teve repercussão negativa no Palácio do Planalto e o presidente da República, Jair Bolsonaro, criticou a política de preços da companhia. Ele classificou o resultado da empresa como “um crime inadmissível”e um “estupro”, no momento em que a alta dos combustíveis pressiona a inflação em pleno ano eleitoral.
Já o Bradesco anunciou que teve lucro líquido recorrente de R$ 6,821 bilhões no primeiro trimestre, com alta anual de 4,7%. Na comparação com o quarto trimestre, houve avanço de 3,1%. O resultado ficou acima da média das projeções dos analistas consultados pelo Valor, que apontava ganho de R$ 6,754 bilhões.
Leia a seguir