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Ações da Usiminas (USIM5; USIM3) caem com balanço fraco; Citi vê resultado dentro do esperado
Os papéis da Usiminas (USIM5; USIM3) na bolsa de valores de São Paulo caem nesta sexta-feira (10), após divulgação dos resultados durante a primeira temporada de balanços de 2023, com a empresa revertendo o lucro registrado no último trimestre de 2021 e passando a apresentar mais de R$ 800 milhões de prejuízo no último quarto de 2022.
Por volta das 11h, as ações registravam queda de 1,08% (USIM5) e 0,51% (USIM3) com relação ao fechamento anterior, cotadas a R$ 7,36 e R$ 7,80, respectivamente.
Citi: resultado dentro do esperado
Apesar dos resultados fracos no quarto trimestre, o desempenho veio dentro do esperado, em linha com a deterioração nos fundamentos do setor de siderurgia, diz o Citi em relatório. Os analistas Alexander Hacking e Stefan Weskott escrevem que em siderurgia os números foram afetados por menor produção e vendas. Já em mineração vieram dentro do esperado.
“O resultado de US$ 50 por tonelada de aço é o menor desde 2020, mas já era esperado, com pressão de custos que devem se aliviar ao longo do ano”, comenta o banco. Os investimentos ainda se mantêm elevados com a reforma do Alto-Forno 3, destacam.
O Citi tem recomendação neutra para Usiminas, com preço-alvo em R$ 9, potencial de alta de 21,1% sobre o fechamento de ontem.
Empresa reverte lucro
A Usiminas reportou no quarto trimestre de 2022 um prejuízo líquido de R$ 839 milhões, ante um lucro de R$ 609 milhões no mesmo intervalo do ano anterior.
O resultado foi influenciado pela queda na produção e nas vendas, devido principalmente à manutenção programada realizada em uma das plantas de beneficiamento, informou a companhia.
A receita líquida no quarto trimestre recuou 9%, para R$ 7,66 bilhões. As vendas de aço no período encolheram 8% em volume, para 963 mil toneladas. As vendas de minério, por sua vez, aumentaram 7%, para 2,4 milhões de toneladas.
O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ficou negativo em R$ 788,2 milhões, ante um resultado positivo de R$ 2,47 bilhões no quarto trimestre de 2021.
O Ebitda ajustado, que exclui a baixa contábil de ativos e inclui o Ebitda proporcional de 70% da Unigal e outras controladas, ficou positivo em R$ 579 milhões, com queda de 31% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior.
No ano de 2022, a companhia acumulou um lucro líquido de R$ 2,09 bilhões, em queda de 79% ante o ano anterior. A receita líquida alcançou R$ 32,5 bilhões, a segunda maior da história da companhia. O resultado ficou 3,8% abaixo do alcançado em 2021.
Baixa acompanha piora nas projeções do setor
A Usiminas informou nas demonstrações financeiras divulgadas hoje que a baixa contábil líquida de R$ 1,4 bilhão está relacionada a mudanças nas perspectivas para o setor em que atua.
No caso do negócio da siderurgia foi reconhecida uma perda no valor dos ativos de R$ 1,7 bilhão. De acordo com o balanço, foi feita uma revisão nas estimativas dos volumes de venda futuros. Isso somado às projeções de aumento dos custos operacionais e dos custos de matérias-primas atreladas ao dólar fizeram com que a estimativa do valor recuperável líquido dos ativos imobilizados fosse reduzida.
A empresa usou o método de fluxo de caixa descontado para chegar à perda de R$ 1,7 bilhão na siderurgia.
A Usiminas informou que vai monitorar os resultados de 2023 e esses resultados devem indicar que as projeções futuras usadas são razoáveis.
No negócio de mineração foi feita uma reversão de perda contábil no valor de R$ 293,4 milhões em direitos minerários. A mudança deveu-se a uma melhora nas estimativas de preço futuro do minério de ferro e do dólar.
Valor dos ativos cai R$ 1,7 bilhão
A Usiminas informou em fato relevante que reconheceu uma perda contábil relativa ao valor dos ativos na siderurgia de R$ 1,7 bilhão.
A companhia também reconheceu em seu balanço do quarto trimestre de 2022 uma reversão da perda contábil (“impairment”) na unidade de mineração de R$ 293 milhões.
Com isso, a empresa teve um efeito líquido de R$ 1,4 bilhão no seu balanço.
No relatório de desempenho do quarto trimestre de 2022, a companhia informou que o seu prejuízo líquido de R$ 839 milhões, R$ 1,4 bilhão inferior ao lucro do terceiro trimestre, deveu-se principalmente ao registro de R$ 1,4 bilhão relativo à baixa contábil.
Troca no comitê de auditoria
A Usiminas informou ao mercado na noite de ontem (9) que o membro do comitê de auditoria da empresa, Atsushi Fujioka, renunciou ao cargo.
Fujioka será substituído por Kenta Eura, eleita pelo conselho de administração em reunião realizada nessa quinta-feira.
Fujioka foi eleito para o cargo em maio de 2022 e seu mandato terminaria em 2024. Eura ficará no cargo até 2024, quando será feita uma nova eleição do comitê de auditoria.
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