Mercado volta a ferver com reunião do Fed e prévia da inflação de julho
A seleção brasileira entra em campo nesta segunda-feira (24), às 8h, para sua estreia na Copa do Mundo feminina. Mas por que falar de futebol em uma publicação sobre calendário econômico?
Em razão do ponto facultativo dos servidores federais, a partida contra o Panamá muda o dia de divulgação do boletim Focus. O relatório do Banco Central com as principais projeções econômicas das instituições financeiras sairá apenas na terça-feira (25), às 8h30.
Isso mostra como o mercado tem girado nos últimos dias: em compasso de espera. Assim, a segunda deve ser novamente marcada por um agenda esvaziada de indicadores relevantes, que fazem preço nos ativos.
Os negócios começam a ganhar tração na terça-feira. Além do Focus, o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15) será revelado às 9h.
A expectativa é de uma leve deflação.
Se o número ficar abaixo das projeções, captando uma queda maior dos preços, cresce a chance de a inflação fechar 2023 dentro do teto da meta, que é de 4,75% – ou 1,5 ponto percentual de tolerância acima do centro da meta, que é de 3,25% para este ano.
Os analistas colocam atenção principalmente na evolução dos preços de serviços, que têm destoado da desaceleração do índice geral até aqui.
Dados ainda fortes não mudam a previsão de início do ciclo de queda da Selic em agosto, mas consolidam a visão de que o Copom (Comitê de Política Monetária) vai cortar os juros em apenas 0,25 ponto percentual.
Reunião do Fed coloca fogo
A quarta-feira (26), aí sim, é o dia mais aguardado pelo mercado, com a reunião dos integrantes do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) para decidir a taxa de juros do país, atualmente na faixa de 5% a 5,25%.
Há consenso entre os investidores de elevação de 0,25 ponto percentual, para o intervalo de 5,25% a 5,50% ao ano, em meio a sinais de que o mercado de trabalho segue resiliente no país.
Também está precificada a possibilidade de o Fed fazer mais um aumento de 0,25 ponto percentual até o fim do ano, fechando o aperto monetário no patamar de 5,50% a 5,75%.
Por isso, mais do que a decisão em si, às 15h, vale ficar ligado no comunicado do Fed e na coletiva do presidente do BC norte-americano, Jerome Powell, às 15h30. O tom do texto e as declarações de Powell vão ditar o ritmo dos negócios.
Uma postura mais hawkish (ou mais agressiva, no língua do mercado) tende a ser ruim para os ativos brasileiros. Pois grandes gestores e administradores de fortunas mantêm ou migram as aplicações para o porto seguro da renda fixa americana.
Por outro lado, já uma sinalização mais dovish (tolerante), ressaltando que o Fed vai conseguir levar a inflação nos EUA à meta de 2%, é positiva para a tomada de riscos e consequentemente para as ações locais.
O segundo cenário pode fazer o Ibovespa quebrar de vez a barreira dos 120 mil pontos e mirar sua máxima histórica de 130.776 pontos, atingida em 7 de junho de 2021.
Temporada de balanços: Vale é a estrela nacional
A divulgação de balanços corporativos do segundo trimestre de 2023 também acelera nesta semana. Entre as companhias domésticas que apresentam seus resultados nos próximos dias estão Carrefour, Telefônica, GPA, Santander Brasil, Gol, Multiplan, Hypera e Usiminas.
Ação de maior liquidez da B3, a Vale (VALE3) informa seu desempenho na quinta-feira (27), após o fechamento do mercado.
Como mostrou a Inteligência Financeira, a queda dos papéis da mineradora no ano tem apresentado um descolamento histórico em relação aos da Petrobras (PETR3; PETR4) e travado o avanço do Ibovespa acima dos 120 mil pontos.
Ou seja, o balanço da Vale será amplamente escrutinado pelo mercado. A conferência da empresa está prevista para sexta-feira (28), com as declarações dos executivos também sendo acompanhadas com lupa e refletindo na bolsa brasileira.
Nos EUA, a lista de balanços tem, entre outras gigantes, a Coca-Cola, Microsoft, Alphabet (Google), Visa, Meta (Facebook), Amazon e Mastercard.
Papo Inteligente
Na live desta semana da Inteligência Financeira, a colunista Mara Luquet conversa com o analista político Iago Bolívar, do JOTA, sobre as expectativas em torno do próximo encontro do Copom.
Clique para receber a notificação quando a conversar começar, às 10h.
Calendário econômico – 24 a 28 de julho
Segunda (24)
Sem indicadores relevantes
Balanços: Whirlpool
Terça (25)
08h: Sondagem do Consumidor de julho (Ibre-FGV)
08h30: Boletim Focus do Banco Central
09h: IPCA-15 de julho (IBGE)
Balanços: Carrefour Brasil, Telefônica Brasil, Microsoft, Alphabet (Google), Visa e General Motors
Quarta (26)
08h: Sondagem da Construção de julho (Ibre-FGV)
15h: Decisão de juros nos Estados Unidos
15h30: Coletiva do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell
Balanços: Santander Brasil, GPA (Grupo Pão de Açúcar), Meta (Facebook), Coca-Cola e Boeing
Quinta (27)
08h: Sondagem da Indústria de julho (Ibre-FGV)
09h: IPP – Índice de Preços ao Produtor de junho (IBGE)
09h15: Decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE) e declação da presidente Christine Lagarde
Balanços: Vale, Gol, Multiplan, Hypera, Amazon, Mastercard, McDonald’s
Sexta (28)
08h: Sondagem do Comércio e de Serviços de julho (Ibre-FGV)
08h: IGP-M de julho (Ibre-FGV)
09h: PNAD Contínua de junho (IBGE)
Balanços: Usiminas, Chevron, Exxon e P&G
Leia a seguir