Na quarta (16), por unanimidade, os membros do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) decidiram aumentar a taxa básica de juros da economia brasileira em 1 ponto percentual, para 11,75% ao ano
Na renda fixa, 1% é um número mágico. Psicologicamente, para o investidor, marca o limite abaixo do qual o rendimento mensal de uma aplicação em títulos públicos ou privados é considerado pequeno e a diversificação se torna imperativa.
Por décadas, o brasileiro se acostumou a ganhar muito mais do que isso correndo um risco baixo. Cortesia da hiperinflação, que, por outro lado, corroía a moeda diariamente. No entanto, a partir da recessão de 2016, a Selic, taxa básica de juros da economia, foi caindo até chegar a 2% ao ano em agosto de 2020. Os memes decretando a morte da renda fixa tomaram conta do mercado financeiro.
Até que… a Selic voltou a subir há um ano. Os preços começaram a disparar e o Banco Central precisou elevar a taxa para tentar esfriar a atividade econômica. Na quarta (16), por unanimidade, os membros do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) decidiram aumentar a taxa básica de juros da economia brasileira em 1 ponto percentual, para 11,75% ao ano.
Assim, o desejado rendimento de 1% ao mês está novamente ao alcance do investidor na renda fixa. No mercado financeiro, o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) vem sendo negociado por valores que correspondem a um rendimento perto de 12% ao ano (ou 0,95% ao mês) no vencimento no longo prazo. Tendo o CDI como referência, outros ativos de renda fixa (um tanto mais arriscados ou com vencimentos ainda mais longos) estão oferecendo taxas maiores.
Títulos privados são as melhores oportunidades neste momento, segundo Rodrigo Natali, diretor de estratégia da consultoria de investimentos Inversa. “Para facilitar a conta: qualquer título que pague 120% do CDI tem rendimento de 1% ao mês”, diz. Um opção interessante, na avaliação de Natali, são as LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio), sobre cujos rendimentos não se paga imposto de renda.
Na Bolsa, há opções de empresas consolidadas e com forte histórico de resultados que estão descontadas frente aos pares globais.
Para quem quer fugir da volatilidade, os tradicionais setores defensivos como o elétrico e o de papel e celulose também oferecem boas oportunidades.
Em um cenário de aumento das taxas de juros, a tendência é que os investidores desfaçam parte de suas posições em Bolsa, como vem acontecendo desde o segundo semestre do ano passado.
Segundo os analistas, não é necessário fugir da renda variável. Para quem aceita correr mais riscos, há empresas com bom desempenho e que estão precificadas abaixo dos seus fundamentos devido à deterioração do cenário macroeconômico.
Entre as medidas usadas para medir se o ativo está ou não com um bom preço estão os múltiplos que relacionam o preço das ações com indicadores contábeis. Procure conhecer a relações entre o valor de mercado mais a dívida líquida da empresa com a geração potencial de caixa. E, claro, tenha a ajuda de um especialista em investimentos. Esta orientação vale tanto para aplicações em renda fixa ou variável.