Dólar sobe até R$ 5,63 após decisão do Copom e juros futuros avançam

Investidores continuam atentos ainda à cena política brasileira
Pontos-chave
  • Às 12h12, a moeda americana se apreciava 1,29%, saindo a R$ 5,6269 no mercado de câmbio à vista, após máxima a R$ 5,6324

  • O mercado também monitora de perto a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios que recalcula o teto de gastos e voltou a ser adiada

O dólar comercial opera em alta nesta quinta-feira, após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de elevar a taxa Selic em 1,50 ponto percentual, abaixo da expectativa embutida nos preços do mercado. Os juros futuros mais longos avançam.

Às 12h12, a moeda americana se apreciava 1,29%, saindo a R$ 5,6269 no mercado de câmbio à vista, após máxima a R$ 5,6324. No mercado de juros, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 recuava de 8,47% no ajuste anterior para 8,32% e a do DI para janeiro de 2023 subia de 11,53% para 11,85%.

Já o juro do DI para janeiro de 2025 avançava de 11,82% para 12,20% e o do DI para janeiro de 2027 escalava de 11,90% para 12,21%.

“O comunicado pode ser visto como ligeiramente mais ‘dove’ [postura inclinada à manutenção dos estímulos monetários] do que o esperado, destacando-se a atribuição de pesos iguais aos anos de 2022 e 2023 no horizonte relevante da política monetária e a descrição do balanço de riscos”, diz Sérgio Goldenstein, estrategista-chefe da Renascença DTVM, em

A instituição passou a projetar juro básico de 10,75% ao fim do ciclo de alta, com mais dois apertos de 1,5 ponto. “Caso haja piora adicional do cenário fiscal e continuidade do processo de deterioração das expectativas de inflação, a taxa Selic terminal poderia se aproximar de 12%”, afirma Goldenstein.

Outros pontos avaliados pela Renascença como “dovish” no comunicado foram a não inclusão de maiores riscos inerciais sobre a inflação de 2022, mesmo após a significativa revisão para cima da inflação para 2021, e a ausência de menção à expressiva elevação das expectativas de inflação no Focus e à disparada das taxas de inflação implícita do mercado.

Além disso, escreve Goldenstein, a abordagem do Copom “ainda comedida” com respeito ao quadro fiscal, ainda mais “após o enorme impacto sobre os ativos domésticos decorrente da proposta de alteração da forma de correção do teto de gastos” e, também, a exclusão da frase sobre os impactos de mudanças permanentes no processo de ajuste fiscal na elevação da taxa de juros estrutural da economia também podem ser lidos como sinais suaves do BC.

O mercado também monitora de perto a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios que recalcula o teto de gastos e voltou a ser adiada.

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