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Mercado hoje: Bolsa cai 2,38% com indefinições sobre equipe de Lula; dólar tem forte alta
O Ibovespa começou a semana com viés negativo, na medida em que agentes seguiram monitorando as movimentações do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Cresceram hoje as preocupações em relação à montagem da equipe econômica e à responsabilidade fiscal do futuro governo petista.
No fim do dia, o referencial local registrou queda firme de 2,38%, aos 115.342 pontos. Na mínima intradiária, tocou os 115.221 pontos, e, na máxima, os 118.240 pontos. Leia completo: Bolsas dos EUA fecham em alta com expectativa sobre inflação e eleições no radar.
Em Nova York, o S&P 500 avançou 0,96%, aos 3.806 pontos, Dow Jones registrou alta de 1,31%, aos 32.827 pontos e Nasdaq melhorou 0,85%, aos 10.564 pontos.
Na semana passada, o Ibovespa acumulou alta de 3,15%, com o índice chegando a tocar os 120 mil pontos na máxima registrada na sexta-feira (4), mas depois reduziu seus ganhos, fechando em118.155 pontos.
A entrada de recursos estrangeiros foi um dos fatores que contribuíram para a alta da bolsa brasileira na última semana.
Dólar
O bom humor sustentado pelo mercado financeiro na semana passada deu lugar a uma sessão negativa para os ativos brasileiros, em especial para o real.
A incerteza em torno de quem comandará a economia no futuro governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pesa no humor dos agentes financeiros, que observam, ainda, o andamento da PEC da Transição e o tamanho do “waiver” (licença) pedido pelo futuro governo para gastos acima do teto.
O aumento dos riscos fiscais e a indefinição quanto à agenda econômica à frente se somaram e levaram o dólar a subir 2,22% contra o real e encerrar o pregão negociado a R$ 5,1714, próximo das máximas do dia.
Ao longo da semana passada inteira, após as eleições presidenciais, o dólar recuou 4,71%.
Composição do governo
Os rumores sobre a composição da equipe econômica do governo eleito seguem provocando volatilidade nos negócios domésticos.
Declarações do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles acentuaram a instabilidade nos ativos. “Não sou candidato a ministro, estou na atividade privada, estou muito bem. Qualquer convite eu analiso quando ocorre, não trabalho com hipóteses”, afirmou Meirelles em entrevista à “Jovem Pan”.
Entre os nomes especulados para o cargo nas mesas de operação corre o do ex-ministro da Educação Fernando Haddad, o que é recebido com alguma cautela entre os investidores.
Os agentes também relatam que, no mercado de renda fixa, a alta local ocorre em meio a um ajuste de posições após a queda observada nas taxas na semana passada.
“Na semana passada, a curva de juros doméstica apresentou um movimento de flattening [achatamento], com relativa estabilidade da parte curta e fechamento moderado da parte intermediária e longa”, afirma o estrategista-chefe da Warren Renascença DTVM, Sérgio Goldenstein.
“Nos dois primeiros pregões após as eleições, o movimento foi de risk-on para os ativos locais, tendo em vista a percepção de redução do risco político-institucional, a indicação de Alckmin para comandar a equipe de transição e a expectativa de que a política econômica do governo Lula seja moderada. Assim, posições defensivas foram desmontadas e alguns players aumentaram a alocação de risco”, completa.
Inflação e PIB
O mercado hoje também repercute o relatório Focus, com as projeções de IPCA para 2022 subindo pela segunda semana consecutiva, de 5,61% para 5,63%. As estimativas da inflação para os anos de 2023 e 2024, no entanto, permaneceram inalteradas em 4,94% e 3,50%, respectivamente.
Além disso, os investidores aguardam os dados de inflação nos Estados Unidos (CPI), bem como as eleições para o Congresso que ocorrem nesta semana. Enquanto, no Brasil, seguem as negociações para os gastos fora do teto em 2023 e para a montagem da equipe econômica do governo eleito.
Em relação ao crescimento da economia, a mediana das projeções do mercado para o PIB de 2022 se manteve em 2,76%, enquanto a de 2023 subiu de 0,64% para 0,70%. Já as projeções de Selic se mantiveram em 13,75%, 11,25% e 8% para os anos de 2022, 2023 e 2024, respectivamente.
Petróleo
Os preços do petróleo encerraram a sessão desta segunda-feira (7) no vermelho, abandonando o percurso que faziam para alcançar novamente o patamar de US$ 100 o barril. O que pesou nas negociações de hoje foi a incerteza acerca da reabertura da economia chinesa, com o relaxamento da política de covid zero.
No fim das negociações de hoje, os preços dos contratos para janeiro do Brent, a referência global, terminaram em queda de 0,66%, a US$ 97,92 o barril, na ICE, em Londres, enquanto os preços dos contratos para dezembro do WTI, a referência americana, recuaram 0,88%, a US$ 91,79 o barril, na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex).
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