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Mercado hoje: Ibovespa fecha em queda e apaga ganhos em 2022; dólar sobe 1,28% e encerra dia cotado a R$ 5,31
O Ibovespa inicia a semana em forte queda, com a tramitação da PEC da Transição e os nomes da equipe econômica do governo Lula, que terá Fernando Haddad (PT) como ministro da Fazenda, no foco dos participantes do mercado.
Em sessão fortemente contaminada por questões políticas e com queda no preço das commodities metálicas, o Ibovespa registrou queda firme hoje, chegando a apagar seus ganhos anuais em moeda local nas mínimas intradiárias.
Após ajustes, o referencial local registrou queda de 2,02%, aos 105.343 pontos, passando a ter apenas 0,5% de ganhos acumulados no ano em real. Na mínima intradiária, o índice à vista tocou os 103.877 pontos, e, na máxima, os 107.561 pontos.
Investidores repercutiram negativamente rumores sobre possível nomeação de Aloizio Mercadante para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) ou para assumir o comando da Petrobras, além da possibilidade de mudança na Lei das Estatais no início do ano que vem.
Em Nova York, o S&P 500 avançou 1,43%, aos 3.990 pontos, Dow Jones fechou com alta de 1,58%, aos 34.005 pontos e Nasdaq oscilou positivamente em 1,26%, aos 11.143 pontos.
Papéis da Petrobras e Vale fecham com fortes quedas
Os papéis da Petrobras de empresas ligadas às commodities metálicas fecharam com fortes quedas nesta segunda-feira, ajudando a pressionar o Ibovespa.
Petrobras ON e PN caíram 2,71% e 3,24%, respectivamente. Segundo o colunista Lauro Jardim, o ex-ministro Aloizio Mercadante é um dos nomes cotados para assumir a presidência da estatal.
PetroRio ON avançou 2,94% e 3RPetroleum, 1,71%.
Em dia de recuo do minério de ferro negociado na China, Vale ON caiu 2,99% e CSN ON, 3,04%. Usiminas PN cedeu 1,41% e CSN Mineração ON, 5,65%.
No setor financeiro, Itaú PN e Bradesco PN tiveram quedas de 0,95% e 1,12%, respectivamente.
Entre as maiores altas, Gol PN subiu 4,67% e Minerva ON, 2,51%. Embraer ON avançou 1,75%. Cielo ON subiu 2,07%, após ter recomendação elevada para compra pelo UBS BB.
Na ponta negativa, Méliuz ON caiu 7,14%.
Dólar fecha em alta com investidor atento à formação de novo governo
O dólar encerrou a sessão de hoje em alta, com os participantes do mercado atentos às definições do novo governo, seja pela formação da equipe ou pelas propostas econômicas da nova gestão do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. A moeda americana ganhou força ante o real em meio a rumores de que o ex-ministro Aloizio Mercadante vai assumir a presidência do BNDES e também diante de relatos sobre a possibilidade de alterações nas Lei das Estatais. A preocupação dos agentes financeiros é de que o novo governo do PT adote uma postura mais semelhante à observada na gestão de Dilma Rousseff do que no governo Lula (em especial no primeiro mandato do petista).
No fim da sessão desta segunda, o dólar comercial fechou em alta de 1,28%, cotado a R$ 5,3121, enquanto perto das 17h10 o dólar futuro para janeiro subia 1,39%, a R$ 5,3340. No mesmo horário, o índice DXY, que mede o peso do dólar ante seis moedas de mercados desenvolvidos, operava com ganho de 0,29%, a 105,108 pontos, em início de semana que deve ser marcada pela decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed) e outros grandes bancos centrais, como Banco Central Europeu e Banco da Inglaterra.
Na semana passada, o dólar fechou em leve alta acumulada, de 0,57%, após um período marcado pelo debate sobre a PEC da Transição, que foi aprovada no Senado e agora segue para a Câmara.
BC reduz projeção para a inflação
Após subir por seis semanas consecutivas, a expectativa do mercado para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano caiu. A previsão do mercado para o IPCA deste ano saiu de 5,92%, no último Boletim Focus, para 5,79%.
A estimativa para a inflação em 2023 foi mantida em 5,08% após subir por três semanas. Para 2024, a previsão também permaneceu em 3,50%.
PEC da Transição
Investidores também acompanham a PEC da transição, que, após aprovação no Senado, deve ser examinada pela Câmara dos Deputados esta semana. A expectativa é que o texto seja aprovado sem maiores problemas.
O julgamento das emendas de relator, o orçamento secreto, no Supremo Tribunl Federal (STF) ficará no radar e poderá influenciar as negociações envolvendo a PEC.
Repercussão sobre Haddad na Fazenda
Na sexta-feira, o governo Lula divulgou também o nome dos seus primeiros ministros, confirmando Fernando Haddad à frente da Fazenda, o que já era esperado pelos participantes do mercado.
Nenad Dinic, estrategista de pesquisa em ações do Julius Baer, disse em nota que o anúncio de Fernando Haddad como novo ministro da Fazenda não alivia o aumento dos riscos fiscais no Brasil.
“Esperamos que o impulso positivo possa surgir a partir da nomeação da equipe econômica de Haddad, com nomes liberais e favoráveis ao mercado, nos próximos dias, bem como novas orientações sobre reformas fiscais nas próximas semanas”, afirmou Dinic.
Exterior
Lá fora, o que deve agitar a semana são as decisões dos principais bancos centrais, como Federal Reserve (Fed), Banco Central Europeu (BCE) e Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), além da divulgação do índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos.
A cautela antes das decisões de juros pesa sobre as bolsas estrangeiras nesta segunda-feira, o que também tende a pressionar o índice brasileiro.
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