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Como investir R$ 10 mil em ações para ir bem na bolsa de valores?
Para quem já fez sua reserva de emergência utilizando renda fixa, o próximo passo para garantir rentabilidade ao patrimônio é descobrir as oportunidades na renda variável. Saber onde investir R$ 10 mil quando se trata de ações pode ajudar a aumentar a rentabilidade acima do que oferecem a poupança e os títulos públicos e privados, entre outros investimentos de menor risco.
Assim, apostando nos ativos certos, o rendimento na bolsa pode subir bastante. Dessa forma, especialistas ouvidos pela Inteligência Financeira indicam as melhores estratégias para investir em ações para aumentar os ganhos, calibrando risco e rentabilidade.
Setores recomendados
Para quem está começando e está na dúvida de onde investir R$ 10 mil, e distribuir o valor em ações, Rodrigo Azevedo, economista, planejador financeiro e sócio da GT Capital, recomenda “olhar para a capacidade de pagamento de dividendos”.
Entre as companhias com essa característica, ele afirma que a melhor estratégia é optar pelos seguintes setores:
- R$ 5.500 no setor de energia (55%);
- R$ 2.500 no setor financeiro (25%),
- R$ 2.000 em commodities (20%)
Alex Carvalho, analista CNPI da CM Capital, diz que o passado recente pode ser um bom parâmetro para o investidor calcular o futuro próximo dos ativos de risco.
“Com R$ 10 mil, eu aproveitaria os bons setores que já vem apresentando resultados favoráveis, como construção civil, educação e principalmente (as ações) voltadas ao petróleo. Além de bancos, que são mais estáveis”.
Para Carvalho, a carteira teria a seguinte composição
- R$ 2.500 em construtoras (25%)
- R$ 2.500 em empresas de educação (25%)
- R$ 2.500 em petroleiras (25%)
- R$ 2.500 em bancos (25%)
Em se tratando de empresas especificamente, o indicado é iniciar com ações mais conhecidas, segundo Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos. Ele menciona papéis como Petrobras (PETR3, PETR4), Vale (VALE3), Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) como importantes para a carteira.
“Essas ações, conhecidas como blue chips, são boas para começar porque tem, em geral, uma previsibilidade maior e devem fazer parte dos primeiros passos. Se eu tivesse R$ 10 mil e começasse hoje, eu faria isso”, aconselha.
Como começar a investir em ações
O primeiro passo para o investidor é entender seu perfil de investidor para, então, definir o prazo para apostar nesses ativos. Geralmente, um investidor mais novo, sem filhos, costuma ter um perfil mais arrojado. Já os mais velhos, que estão buscando aposentadoria, estão menos propensos aos riscos.
Dito isso, é possível começar a investir em ações com R$ 10 mil, tendo em vista que, hoje, o custo para isso é muito baixo. Inclusive, várias corretoras não cobram corretagem.
É preciso comparar e encontrar as melhores condições de mercado. Feito isso, é hora de escolher as empresas das quais o investidor vai comprar ações.
“Normalmente, para quem não conhece esse mundo, eu prefiro sugerir ativos que são mais defensivos, pagadores de dividendos, até para o investidor ir conhecendo seu perfil de risco”, diz Fernando Ferrer, analista da Empiricus Research.
Alguns dos setores mais defensivos e que apresentam bons pagamentos de dividendos são os de energia e commodities, que englobam ações como Petrobras e Vale, algumas das empresas mais sólidas da bolsa e que, recentemente, apresentaram pagamentos vultuosos de dividendos.
Porém, é importante lembrar que o passado não indica necessariamente o caminho que o ativo vai percorrer no futuro próximo ou distante. É preciso olhar para frente e buscar entender o que vai acontecer com a empresa, o setor em que ela atua e as economias local e global.
Diversificação
Essa palavrinha mágica no mundo dos investimentos é ainda mais necessária quando o assunto é investimento em ações. Para Ferrer, o aconselhável é, com R$ 10 mil disponíveis, comprar dez ativos diferentes, preferencialmente, de setores variados.
“Mil reais em cada ativo é uma forma interessante de começar, pensando em diversificar setorialmente. Muitos investidores diversificam entre ativos, mas não entre classes de ativos. Ou seja, se você comprar uma carteira diversificada, mas de empresas só do varejo, por exemplo, você fica exposto ao mesmo vetor”, explica.
Para quem deseja ganhos maiores (e se expor também a riscos maiores), o aconselhável é escolher ativos que oscilam mais. Porém, é importante entrar no começo do ciclo de altas das ações para não embarcar em um período de queda do ativo.
“Em estratégias de curto prazo, o mais indicado são ações que sofrem uma maior oscilação, pois necessariamente essa variação é que irá trazer o ganho e alavancagem da carteira. É importante ficar atento para não montar uma carteira exposta no mesmo setor, e assim aproveitar o melhor de cada segmento”, aconselha Carvalho, da CM Capital.
ETFs e investimento em ações
Um caminho muito indicado para quem deseja entrar no mercado de renda variável e investir R$ 10 mil em ações de forma diversificada é iniciar através de ETFs. Essas opções são fundos de índice que têm suas cotas negociadas em bolsa e replicam carteiras compostas por mais de uma ação.
No início, é importante buscar por ETFs que replicam índices de setores mais sólidos, afirma Azevedo. “Com o passar do tempo, a carteira pode, sim, ser composta por empresas de maior potencial de crescimento, que trazem consigo um maior risco atrelado também”, diz o analista.
Além disso, é preciso observar o histórico do fundo e a qualidade do seu gestor para não ter surpresas negativas.
Investir R$ 10 mil em ações por quanto tempo?
Não existe um prazo fixo para manter R$ 10 mil ou qualquer outro valor investido em ações ou fundos de ações. “O recomendado é estar atento às notícias e resultados referentes às empresas que você investiu e não tomar decisões de curto prazo”, diz Azevedo.
“Uma carteira de renda variável de sucesso é construída no longo prazo, com alterações pontuais ou rebalanceamento em caso de alguma alta ou queda muito acima do normal”, acrescenta o sócio da GT.
Por outro lado, é preciso ter cuidado ao acompanhar o noticiário porque ele pode sugerir mudanças precipitadas na carteira. O alerta é de Ferrer, da Empiricus. Ele aconselha acompanhar a oscilação dos valores semanalmente e fazer o rebalanceamento da carteira a cada mês, se preciso.
Para Ferrer, o investidor que é trader e opera todo dia, buscando ganhos e riscos maiores, tem a movimentação diária como um dos nortes a seguir. Porém, a maioria dos investidores não precisa se atentar a essas oscilações. “O mercado é volátil e pode variar até sem notícia. O novato pode tomar decisão precipitada de investimento se se apegar às notícias do dia”, alerta.
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