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Ponto principal na conversa com Haddad foi coordenação de política monetária e fiscal, diz Campos Neto
O presidente do BC (Banco Central do Brasil), Roberto Campos Neto, afirmou nesta manhã que o ponto principal da reunião com o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), realizada na última terça-feira (13), foi a coordenação entre as políticas monetária e fiscal.
“Foi uma conversa muito boa, de mais ou menos duas horas, tocamos em vários pontos importantes para a nossa coordenação. O ponto principal foi a coordenação entre monetária e fiscal, mas falamos de outros pontos, como reformas importantes”, disse Campos Neto durante entrevista coletiva à imprensa para comentar o RTI (Relatório Trimestral de Inflação) de dezembro, divulgado mais cedo pela autoridade monetária.
Segundo Campos Neto, foram discutidos pontos para melhorar o acesso de grandes empresas ao mercado de capitais para abrir espaço no balanço dos bancos para as empresas menores. “Falamos também sobre a importância de ter uma coordenação, ele disse que concordava com quase todos os pontos, espero continuar uma conversa próxima”, contou. O presidente do BC afirmou que acha provável que “ocorram reuniões com frequência” com Haddad.
Campos Neto também destacou a importância da comunicação na política monetária. “Se a gente comunicar bem, a gente pode fazer menos e ter mais potência, porque a comunicação tem esse canal de eficiência. Cada vez mais vemos que no fiscal isso também é verdade, se você comunicar bem o que está fazendo de tal forma que os agentes entendam como vai se dar o processo de convergência da dívida, você pode gastar mais com menos custo de credibilidade”, disse.
Mercado de renda fixa
Campos Neto comentou que o mercado está exibindo “comportamento errático” em relação à curva de juros, mas que a autoridade monetária não reage em tempo real.
“O mercado tem sido bastante volátil, obviamente a gente olha o mercado e olha as inflações implícitas, tem aspectos técnicos também precificados no mercado”, ressaltou.
“A gente entende que o mercado [de juros] está exibindo um comportamento mais errático em relação ao prêmio de risco, está ligado ao fiscal. Mas a gente não reage em tempo real a isso, depende de como afeta os canais de expectativas.”
Reeleição no BC
Quanto à possibilidade de ser reeleito, Campos Neto reforçou que continuará no cargo até o fim do seu mandato atual, em 2024, mas que não pretende exercer um segundo mandato.
“Desde o começo disse que não achava boa a recondução. Quando saiu a lei de autonomia, disse que não achava boa a recondução”, afirmou.
Ele disse que não discutiu a possibilidade de recondução com Haddad (PT). “Mas pretendo ficar até o fim do meu mandato”, afirmou.
Questionado sobre a possibilidade de Haddad antecipar a divulgação do novo arcabouço fiscal, Campos afirmou que, “quando dá mais transparência, você consegue fazer mais com o mesmo gasto, porque gera mais credibilidade”. “Se der mais informação, mais transparência, melhor.”
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