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Processo contra Binance ameaça recuperação recente do bitcoin e demais criptomoedas
O processo da CFTC (Comissão de Negociação de Futuros e Commodities dos EUA) contra a Binance ameaça o atual rali do bitcoin e demais criptmoedas, que apenas recentemente engataram um movimento de recuperação das perdas no chamado inverno dos criptoativos, segundo analistas.
O bitcoin (BTC) teve forte baixa na segunda-feira (28) após o processo da CFTC vir a público, recuando do patamar de US$ 28 mil para menos de US$ 27 mil, menor cotação em dez dias. Mesmo assim, a maior das criptomoedas ainda acumula uma valorização de 16% em março e de 63% no ano.
No processo, a CFTC acusa a Binance de suposta falha intencional no compliance com o objetivo de facilitar que clientes americanos burlassem as regras do mercado local, além de operar commodities sem registro nos EUA, entre outras irregularidades.
Em comunicado, a subdiretora da divisão de execução da CFTC, Gretchen Lowe, considerou uma “farsa” os esforços de compliance da Binance, que teria orientado clientes com domicílio nos EUA a utilizar redes privadas virtuais (VPNs) para ocultar sua localização e direcionar “clientes VIPs” para abrir contas sob o nome de empresas de fachada.
Perto das 18h25 (horário de Brasília), o bitcoin era negociado a US$ 27.144,13, com baixa de 2,5% nas últimas 24 horas, segundo o CoinGecko. Já o ether valia US$ 1.713,18, com baixa de 2,8%. O token nativo da Binance, o BNB, recuava 6,2%, negociado a US$ 307,41. Em reais, o bitcoin era cotado a R$ 142.156,77 (-3,54%), enquanto o ether estava em R$ 8.983,86 (-3,73%), de acordo com o MB.
Para Ayron Ferreira, analista-chefe da Titanium Asset, o processo contra a Binance representa um risco grande para o mercado pois se trata da maior corretora de ativos digitais do mundo. “Um desenrolar negativo para a Binance pode impactar todo o mercado”, disse.
Para Ferreira, a Binance vai precisar buscar se defender ativamente e muito bem, pois se perder o processo nos EUA poderá ter sentenças desfavoráveis também em outros lugares. “Além disso, o caso pode impactar financeiramente a exchange, caso ela tenha que pagar o que o processo pede. É um órgão diferente da SEC e isso ascende um alerta também, pois o processo pode ter uma intensidade maior”, disse.
Para Axel Blikstad, sócio da BLP Crypto, é importante que o regulador, seja SEC, CFTC, ou qualquer outro, monitore e regule esse mercado para evitar desastres como o da FTX. “Se qualquer exchange que seja está fazendo algo errado é melhor que o regulador pegue isso o quanto antes para que o ecossistema como um todo possa crescer com participantes que operam de forma correta. Sem regulamentação, o mercado não vira ‘mainstream’, mesmo que isso afete os preços no curto prazo”, disse.
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