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Veja os negócios que Lula quer fechar na China
Após o adiamento da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China por motivos de saúde, representantes do setor produtivo esperam realizar negócios importantes com a visita de Estado que começa oficialmente na quinta-feira.
A avaliação é que a presença de Lula será fundamental para ajudar em negociações que já ocorrem há algum tempo, como a venda de 20 aeronaves da Embraer para os chineses e a compra da fábrica da Ford na Bahia — fechada há um ano — pela fabricante de carros elétricos BYD.
As conversas entre empresas brasileiras e chinesas também podem resultar na compra, pela Seara, de 280 caminhões fabricados pela JAC. Outro acordo que poderá ser assinado, entre a Suzano e Cosco, seria a construção de 17 navios para o transporte de celulose.
Para o agronegócio brasileiro, o próprio anúncio de que Lula iria à China já trouxe resultados. A comitiva que foi antes de Lula a Pequim, antes do adiamento da viagem, conseguiu o fim do embargo às exportações de carne bovina brasileira. Havia sido identificado um caso de vaca louca no Pará que, após exames laboratoriais, revelou-se atípico e sem risco de contágio para outros animais.
Lula começará a visita por Xangai, centro financeiro da China. Atrás de investimentos para o Brasil, o presidente se reunirá com representantes de grupos empresariais dos setores de infraestrutura, tecnologia e da indústria automobilística. Encontros com dirigentes da BYD e da gigante de tecnologia Huawei estão previstos na agenda presidencial.
O presidente desembarcará em Xangai na quarta-feira. Acompanhado de empresários, ministros de Estado, parlamentares e governadores, Lula terá como primeiro compromisso, na parte da manhã, a posse da ex-presidente Dilma Rousseff no comando do Novo Banco de Desenvolvimento do Brics (sigla do grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). À tarde, estão previstos encontros com empresários.
Na sexta-feira, Lula seguirá para Pequim, onde deverão ser assinados mais de 20 acordos bilaterais. Um deles será para a construção do CBERS-6, o sexto de uma linha de satélites construídos em parceria entre Brasil e China.
O diferencial do novo modelo é uma tecnologia que permite o monitoramento de biomas como a Floresta Amazônica mesmo com nuvens.
Outro acordo é a certificação digital no intercâmbio comercial, que deve tornar o trâmite de produtos mais rápido e confiável, diminuindo a burocracia para os exportadores brasileiros. Já o acordo que prevê a operação direta entre o real e o yuan, a moeda chinesa, sem necessidade de dolarização, também deve facilitar o comércio entre os dois países.
São, ainda, esperados acordos nas áreas de turismo e investimentos. Existe a expectativa, não confirmada, de os chineses anunciarem que vão investir R$ 20 bilhões em um fundo de infraestrutura no Brasil.
Com informações de O Globo e Valor Econômico.
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