Extrema direita alcança 44% dos votos na Itália e abre caminho para indicar Meloni como premiê
Partidos de extrema direita conquistaram 44% dos votos para o parlamento na eleição deste domingo (25)
A Itália será governada por uma coalização de partidos de extrema direita chamada Irmãos da Itália, FdI, na sigla em italiano, e Liga, além do partido de centro-direita, Força Itália. A coalizão de direitas formalizada ainda antes da campanha soma cerca de 44% dos votos para a a Câmara
O FdI conseguiu multiplicar por seis seus votos no parlamento italiano nos últimos seis anos, e, com o novo peso que ganha nesta eleição tem caminho livre para colocar sua líder, Giorgia Meloni, como primeira-ministra do país, cargo nunca antes ocupado por uma mulher.
A Liga, também de extrema direita, liderada por Matteo Salvini, e a Força Itália, de Silvio Berlusconi, alcançaram pouco mais de 8% cada. Na disputa para o Senado, o trio também lidera com mais de 44%.
A coalizão de esquerdas teve apenas 26% dos votos para a Câmara.
O comparecimento menor às urnas colaborou para o crescimento proporcional da extrema direita na Itália. O índice de participação foi de cerca 64%, dez pontos percentuais a menos que os quase 74% registrados em 2018.
Tradicionalmente, a abstenção não era um problema na Itália, mas tem crescido com a apatia dos italianos diante de uma perpétua crise política. Nos últimos anos, a Itália tem registrado um novo governo a cada 14 meses, em média.
Dada a grande votação que a coalização pós-fascista alcançou nas urnas, ela não precisará negociar com outros partidos e blocos para aprovar pautas e, especialmente, para confirmar Meloni, de 45 anos, no cargo.
Apesar de haver uma disputa de egos entre ela e os líderes da Liga, Matteo Salvini, e do Força Itália, o ex-premiê Silvio Berlusconi, a votação maciça do FdI lhe dá favoritismo para ser formalmente encarregada pelo presidente Sergio Mattarella.
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