‘Tribunais eleitorais derrubariam uma alegação de Bolsonaro’, diz Citi

Banco avalia Lula como favorito, mas diz que chance de contestar resultados das eleições "não é tão baixa" quanto gostaria

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua a ser o favorito para vencer as eleições e o mercado irá migrar sua atenção para a formação do gabinete de seu eventual governo, caso ele seja eleito, apontam os estrategistas do Citi.

Eles, inclusive, esperam uma redução dos ruídos no mercado financeiro, mesmo se os resultados forem contestados. “Embora a chance de uma contestação não seja tão baixa quanto gostaríamos, as consequências não serão duradouras e os tribunais eleitorais derrubariam uma possível alegação do [presidente Jair] Bolsonaro, provavelmente dentro de um mês, em nossa opinião.”

Margem entre Lula e Bolsonaro pode levar à contestação

Em relatório enviado a clientes assinado pelos estrategistas Donato Guarino, Dirk Willer e Eric Ollom, os profissionais do Citi acreditam que a margem de uma possível vitória de Lula no domingo é o que pode determinar a resposta de Bolsonaro a uma derrota.

“O atual presidente não se esquivou de suas persistentes alegações de fraude eleitoral, apesar de repetidas garantias de integridade do sistema por parte de tribunais e líderes políticos. Ele reiterou tais declarações, embora muitos dos aliados de Bolsonaro tenham vencido no primeiro turno das eleições”, afirmam os profissionais.

Na visão dos estrategistas do Citi, o mercado deverá focar, após o resultado, nas nomeações de Lula, especialmente para a equipe econômica. Assim, o foco do mercado passaria a ser as indicações de Lula para o comando de ministérios como o da Fazenda e o do Planejamento.

Ministros da Economia de Lula e Bolsonaro

“Caso o presidente Bolsonaro vença a eleição, uma recondução de Paulo Guedes como seu ministro da Economia parece o resultado mais provável, com esse anúncio provavelmente acontecendo em breve. Caso Lula ganhe a eleição de domingo, vemos um nome respeitado fora do PT (como Henrique Meirelles) como uma possibilidade, mas menos provável do que um político conhecido do PT (como Alexandre Padilha) apoiado por uma equipe econômica respeitada”, dizem os estrategistas do Citi no relatório.

Embora trabalhem com Lula como favorito, os estrategistas ressaltam que uma vitória de Bolsonaro “ainda é uma possibilidade clara” e que seria “bullish” (otimista) para o mercado. Neste momento, o Citi acredita que os maiores riscos para os ativos brasileiros na eleição de domingo são o posicionamento técnico e as “valuations”.

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