Entenda a relação da taxa básica de juros com a moeda norte-americana e o que podemos esperar para esse e o próximo ano
A taxa Selic está em tudo: ela impacta o empréstimo que você toma, o retorno de diversos investimentos e também a variação cambial, principalmente o dólar.
Quanto mais alta a taxa básica de juros brasileira, mais atrativo o país se torna para investidores estrangeiros. Com a entrada de capital estrangeiro e o aumento de oferta da moeda de um outro país, o real tende a se valorizar. E vice-versa. Com a queda da Selic, o movimento é contrário, com uma tendência de valorização do dólar.
Com uma Selic em queda, os próximos passos do FED, banco central do Estados Unidos, podem influenciar os rumos da moeda norte-americana. “Se ele não começar a cortar os juros tão cedo nos EUA, isso pode sim pressionar o dólar a se manter em alta", explica André Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital.
Por outro lado, alguns fatores podem provocar uma queda na moeda, como alta nas commodities e uma melhora no cenário fiscal no Brasil.
Para este ano, o especialista acredita ser pouco provável. “Isso considerando o cenário fiscal, a atual política monetária e a retomada de alta das commodities, como o petróleo".
Para o ano que vem, na visão de André, a tendência é que um cenário de corte de juros nos EUA possa pressionar o dólar para baixo. A moeda norte-americana também pode desvalorizar com a melhora no cenário fiscal no Brasil e um impacto positivo nos balanços das empresas com a queda da Selic.