Americanas: entenda a crise e o futuro da empresa

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Em uma semana, a Americanas trocou de presidente, viu suas ações desabarem na Bolsa, entrou com um dos maiores pedidos de recuperação judicial no país e acumula R$ 43 bilhões em dívidas e 16.300 credores

Mas o que causou essa reviravolta no dia a dia da empresa para ter um rombo de R$ 20 bilhões? E como isso vai afetar investidores, trabalhadores e clientes?

Não! A varejista segue em operação com vendas em lojas físicas e on-line, mas concentra esforços na gestão do negócio. Sem conseguir chegar a um acordo com credores, entrou com um pedido de recuperação judicial  em caráter de urgência.

A empresa faliu?

O problema ocorreu em uma operação comum entre varejistas, chamada de “risco sacado”.

Como os R$ 20 bilhões desapareceram dos balanços da companhia?

É um empréstimo bancário para comprar de fornecedores, que recebem antecipadamente do banco e a loja quita a dívida pagando juros pelo prazo do empréstimo. A falha, aqui, ocorreu porque foram computadas como "despesas", e não como "dívidas". 

É preciso republicar balanços e reconhecer a dívida.  Mas os contratos dela com bancos incluem cláusulas de garantias. A mudança no endividamento permite o vencimento antecipado de dívidas com bancos.

Como corrigir a “inconsistência contábil”?

Informações preliminares indicam que o erro nas contas não se restringiu a 2022 e poderia chegar a um período de 5 a 10 anos. 

Como o auditor não percebeu a diferença bilionária no balanço?

Qual é a saída para a crise?

A Americanas precisa de uma injeção de capital. Seus acionistas, após o pedido de recuperação judicial, se comprometeram a manter a liquidez da empresa.  

Ela pode se desfazer de aquisições recentes que não são ligadas ao negócio principal da empresa. Mesmo assim, precisa de uma injeção de capital dos sócios.

Como levantar capital para enfrentar a crise?

Ela entrou na Justiça e obteve uma medida cautelar  que suspendia qualquer possibilidade de bloqueio ou sequestro de bens por um período de 30 dias. 

O que a Americanas fez para evitar que os credores cobrassem o que ela devia?

Mas diversos bancos entraram na Justiça para tentar reaver seus recursos. Depois que a medida cautelar foi contestada e o BTG conseguiu reaver R$ 1,2 bilhão em dívidas, a Americanas decidiu entrar com o pedido de recuperação judicial.

O banco BTG foi obrigado a devolver R$ 1,2 bilhão em dívidas que havia resgatado. A partir daí, ele entrou com uma série de recursos contra a decisão. Desde o início, foi o credor mais contundente na defesa do direito de reaver o dinheiro.

BTG e batalha judicial contra a Americanas

A queda de 80% das ações desde a descoberta do rombo e o rebaixamento da nota de crédito por agências de classificação de risco, que deixou as instituições financeiras credoras “em polvorosa”.

Quais foram os argumentos para pedir a recuperação judicial?

Segundo a Comdinheiro, há 31,7 milhões de cotistas de fundos com alguma exposição a títulos de dívida da Americanas, como o Nu Reserva Imediata, fundo de renda fixa do Nubank com 1,3 milhão de cotistas, que apresentou rentabilidade negativa após o anúncio do rombo.

Por que a crise da Americanas afetou também os fundos de investimento

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